segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Auto-sabotagem


Recomendo a leitura da matéria do mês de junho/09. No site da revista Vida Simples. Clique aqui.

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Ps.:Prometo que no próximo post finalizo as minhas férias.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Carta - 23 de setembro de 2009


Ciao Cláudia!


Já se passou um mês da primeira carta e volto a escrever-te. Eu tinha razão. As últimas férias foram as melhores nestes 32 anos. Nunca uma cidade mexeu tanto com você como Roma. Lembra que perdeu um colar em forma de coração enquanto andava pelas ruas? Quando voltou ao hotel e sentiu falta do acessório, você ficou triste pois gostava muito deste. Para amenizar, resolveu pensar positivo, quase de forma romântica, que era o seu coração que ficava na cidade eterna. É provável que ela tenha se tornado a sua Meca.

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O início do mês de setembro foi particularmente difícil para você. Recebeu a resposta da universidade que não haveria bolsa de estudo para o ano 2010. Foi um momento em que pensou em desistir e voltar para o Brasil. Junto com a insatisfação profissional na Itália, saudades dos livros e de estar junto com pessoas que pensam como você, quase a motivou mudar os projetos e ir em busca de outras oportunidades. Não sei se continua assim mas hoje a sua força para ir avante é uma característica marcante. E foi justamente esta que te fez reiniciar novas buscas para o máster.

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A sua estadia na Itália te fez se redescobrir. Viu que não é preciso ser igual a outras pessoas, que ser você mesma é único e que, com isso, consegue ser muito mais feliz e realizada. Foi justamente na “Bota”, longe das cobranças e das comparações dos outros, que você conseguiu se olhar por dentro, gostar do que viu e encontrar o amor próprio. Ainda o preserva, não é mesmo? Espero que sim. Saiba que a sua opinião é mais importante que a dos outros. Não aceite comparações e nem ser exemplos para os outros além do que lhe é possível. Ser uma referência para os demais foi a sua prisão durante estes anos. Não caia nesta armadilha outra vez.

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Lembra que numa tarde as portas do alçapão de sua vida se abriram de forma brusca? Antes que as fechasse pode ver que aquele “moribundo” ainda continua lá. Hoje eu não sei resolver esta situação. Prefiro fechar a porta e me assegurar que não será aberta. Mas nunca se sabe. O que eu gostaria era de ter coragem para enfrentar esta situação sem medo das conseqüências. Se eu não conseguir, me perdoe. Realmente não foi possível, mas desejo que tu sejas muito mais forte que eu para mudar tudo isso.

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O outono chegou. Da janela vejo que as folhas das árvores começam a cair. A natureza se prepara para descansar mais uma vez. O sol brilha lá fora e tem uma brisa fresca no ar. São tantas árvores a sua volta que parece um bosque. A TV está desligada e tem alguns livros sobre a mesa te esperando. Melhor voltar para eles agora. Seu italiano é como de uma criança de cinco anos. Entende e fala bem mas ainda tem dificuldades na conjugação dos verbos. E isso rende cada pérola que te faz rir de si mesma. Aliás, para finalizar, não se levar a sério foi uma ótima sacada. Parabéns!

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Bacio e arrivederci.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Roma – 3° e último dia

O dia foi separado para conhecer o Vaticano. Como sabia que era muito concorrido, cheguei às 8h a Piazza San Pietro, fiz algumas fotos e procurei a entrada do Museu. Uns 10 minutos depois descobri que tinha que voltar o quarteirão e contorná-lo. Já tinha uma pequena fila e, como não havia reservado o bilhete, €12, pelo site e assim passar direto, precisei encará-la. Foi rápido. E enquanto esperava passar pelo guichê ouvia uma jovem italiana, 16 anos soube mais tarde, dizer aos seus pais que era pura implicância se não deixasse que ela entrar. Fazendo um raio-x: minissaia e camisetinha. Passou. As francesas, de short, levaram saia para colocar na entrada. Tiveram mais respeito pelas regras do lugar que a primeira.



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O museu é grande. Melhor dizendo, enorme. Têm várias galerias. A primeira é a egípcia. Múmias, sarcófagos, vasos e muitas estátuas. Para quem nunca tinha visto uma exposição da terra dos Faraós, a primeira experiência foi gratificante. Continuei andando pelas alas. Obras gregas com direito a muitas fotos com as estátuas. Sem companhia, resolvi brincar um pouco. Quem passava não entendia o que eu fazia simulando uma briga com César, quase abraçada a um busto de um bello ragazzo de mármore, ou em pose com o leão etc. Sim, eu sei me divertir sozinha. Vejam esta pose de escândalo diante de mais um “homem” nú no Vaticano. Pergunta boba: por que tanto cuidado com o tamanho das roupas dos turistas para um espaço onde o que mais tem é reprodução perfeita de pessoas nuas?


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Mas estava ansiosa para chegar a Cappella Sistina. Demorou muito e comecei a cansar. Passei pela Pinoteca, as Gallerie dei Cadenlavri, degli Arazzi, delle Carte Geografiche e Cortile della Pigna. Entrei num abrigo onde tinha tantas banheiras de mármore e granito que fiquei surpresa. É de pensar que eles gostavam de tomar banho. Uma obra que me chamou a atenção: a estátua de Laocoonte com as serpentes. Diz a lenda que ele foi um astrólogo de Tróia que aconselhou o rei a queimar o famoso cavalo-presente pois não tinha um bom pressentimento. Sugestão não aceita, pois o povo acreditava que era um “regalo” dos deuses para o fim da guerra, Laocoonte jogou-se ao mar onde foi devorado por víboras marinhas. A cena foi entendida como uma punição por rebelar-se contra providencias divinas. Mais tarde, quem sofre com a providência humana, foram os troianos. Lembram da história? Vejam a foto.


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Outra coisa que me impressionou, no meio do caminho, é que visitar o museu do Vaticano é preciso estar disposta a olhar para o teto, paredes e chão. Tudo é pintado, esculpido, detalhado. Sei que cada papa quis deixar a sua marca registrada mas, pensando bem, acho que foram muito extravagantes.

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Finalmente cheguei ao “capo lavoro” de Michelangelo. A sala foi construída por Giovanni De’Dolci e, por muito tempo, foi a capela privada de pontífices e é o lugar onde se reúne a Conclave para a eleição de um novo papa. Conta a história que o artista não queria muito o trabalho pois não se considerava um pintor, e sim escultor, e desejava continuar o monumento funerário do papa Giulio II, jamais finalizado, do qual fez somente Mosé in San Pietro in Vincoli. Contudo, fez e é impressionante. O que era para ser um simples projeto dos 12 apóstolos se transformou no ambicioso Gênesis. Foram necessários quatros anos somente para projetá-la. E, com tudo isso, fiquei apenas 5 minutos lá dentro. Sinceramente sou do tipo de pessoa que depois de cansada não rendo nada. Mas valeu a pena! Mammamia, o que o homem pode produzir com perfeição na arte eu vi naquele lugar. Sem dúvida o Renascentismo foi um período muito especial para a história da humanidade. Sem fotos porque lá dentro é proibido fazer registro. A que eu fiz, escondida, ficou horrível.

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Depois de quase 5 horas saí de lá em busca de um banco para sentar, respirar um pouco e colocar o pé na estrada novamente. Para finalizar, a saída pela escadaria em espiral no estilo anos 30, de Giuseppe Momo.



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Pausa para a parte mais engraçada desta visita. Estava olhando uma das tantas estátuas do lugar e, São Sem Noção tomou conta de mim, resolvi fazer uma foto diferente. Sabe aquelas fotografias onde se coloca um monumento entre os dedos polegar e indicador? Pois, fiz isso com uma estátua de um Apollo nú que tem uma pequena folha de vinha tampando o sexo. Sim, justamente esta parte ficou entre os dedos (sempre me perguntei por que faziam membros tão pequenos assim. Ser modelo naquela época deveria ser humilhante). Havia duas jovens italianas perto de mim e, quando entenderam a minha intenção, soltaram um “porca miséria” e saíram apressadas. Para um senhor, que me olhava de lado dei de ombro, apontei para a obra e disse: poverino, non è vero? (coitadinho, não é verdade?). Até hoje eu tenho crises de riso ao lembrar da expressão das jovens.


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À tarde perdi muito tempo tentando encontrar um correio que enviasse os presentes de meus pais para o Brasil. Lembram que em Agosto quase tudo fecha na Itália? Pois, quase fiquei na mão mas consegui. Do pouco que me restava do dia tentei ver Roma pelo buraco. Não é piada. Do portão da ordem Soberana dos Cavaleiros de Malta, na Piazza Cavalieri di Malta, no Aventino, ao lado da Igreja Santa Maria del Priorato, é possível uma visão panorâmica da cidade. Perdi tempo procurando e não achei. Me garantiram que praça é muito bonita e foi construída em 1765. O curioso é, quando se olha pela "fechadura" pode-se ver 3 países: Itália, Vaticano e a propriedade extraterritorial da Ordem Militar Soberana de Malta, que é a denominação atual da Ordem de São João de Jerusalém, fundada em 1048, na Palestina, por mercadores da antiga República Marina de Amalfi e é uma das mais antigas instituições da civilização cristã ocidental.

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Para finalizar a minha estadia na cidade eterna resolvi fechar com chave de ouro na Piazza Navona. Havia uma pequena confusão num bar que havia sido transformado em set de filmagem. Sim, Julia Roberts esteve ali gravando cena do seu próximo filme. Não, eu não a vi.

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Escolhi provar um spaghetti alle vongole de um restaurante, que não gravei o nome (rs), e era delicioso. Sou apreciadora do bom prato e aquele foi um belo presente para o final do dia. Quem quiser apreciar basta procurar o restaurante que faz apresentação de massas com produtos orgânicos. É fácil localizar. Aproveita e escolha, de entrada, a bruschetta di pomodoro e um espumante de acompanhamento. Finalize com um “esprèsso” italiano. Aviso, a conta é salgada mas o cenário é de cinema e a comida é de primeira.

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Ciao!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Roma – 2° dia

Senta que lá vem história...
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Comecei o dia cedo. Às 7h30 já estava na rua após um horrível café da manhã no albergue. Uma boa desculpa para tomar um cappuccino num bar. No roteiro do dia priorizei lugares públicos que não seria necessário pagar para ver. Como na jornada anterior tinha andado muito de ônibus e vi muitos pontos interessantes, decidi inseri-los entre as fontes e praças principais do roteiro. Aliás, foi uma descoberta para mim. Andar de metro é muito mais rápido mas impede de ver coisas que estão fora do “pacote”. Esta opção só foi escolhida quando já estava muito cansada ou precisava economizar tempo.

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Primeira parada, Fontana di Trevi. Para uma cidade como Roma, este monumento é bem recente visto que foi construída há pouco mais de 240 anos num projeto de Nicola Salvi. Até ficar pronta foram necessárias três décadas. Impressionante os detalhese beleza das esculturas. As estátuas parecem que tem movimento. Para quem quer vê-la sem uma multidão de turistas em volta, é aconselhável ir bem cedo. A água que mantêm a fonte vem do Arcquedotto Vergine que é outra parte interessante para ver. Basta seguir a pequena via que tem praticamente em frente de Trevi, que me esqueci de anotar o nome, e a poucos passos aparece uma placa informando do lugar. A importância deste está no fato de ter sido construído pelo braço direito do imperador Augusto, Marco Vipsanio Agrippa, em 19 a.C.


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Dalí segui para ver Il Quirinale, o obelisco no ponto mais alto de Roma, construído onde um tempo foi o templo de Quirino e eis a origem do nome.

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Não perdi muito tempo, voltei um pouquinho nas ruas e segui para o Partheon. No meio do caminho a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane me chamou a atenção e entrei para ver. Ali cheguei a uma conclusão: naquela época era duro ser artesão pois, do chão ao teto, tudo era pintado!
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Perto, e um pouco depois dalí, encontrei a Coluna de Marco Aurélio toda trabalhada com cenas de guerra. Rica em detalhes bem preservada é um tesouro pouco visitado.


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Enfim o Partheon, templo pagão dedicado a todos os deuses. Construído pelo imperador Adriano é o único monumento romano que permaneceu intacto até os diasde hoje. Um dos motivos é o fato de ter sido o primeiro templo trasnformado em igreja após o convertimento de Roma ao cristianismo.


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A região entorno é bem servida de bares e restaurantes e tem uma fontana que serve de banheira para pombas. Pode acreditar, é muito bonita. Tomar um café ou gelato sentado em um dos quiosques, ou mesmo saborear uma deliciosa insalta caprese, observando o vai-e-vem frenético do lugar é relaxante. Embora, para mim, a experiência foi inversa pois foi justamente onde eu tive a minha primeira briga em italiano com um garçon. Foi o único episódio chato da viagem.

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Pensando que estava indo para a Piazza Venezia (só agora me dou conta que não fui lá) segui até a Chiesa della Minerva onde fiz uma foto muito interessante de outro obelisco (a cidade é cheia deles) de um elefante.



Uma das coisas que gosto de fazer é entrar em ruas que não fazem parte do percurso. Foi assim que me encontrei de frente com um grande pé de uma estátua. Sem nenhuma cerimônia, entrei no sebo ao lado e perguntei do que se tratava. Fui informada que é o que restou do colosso da deusa Isede. Observem como é quase do tamanho de um carro.




Nesta época do ano, em Agosto, os italianos saem de férias e fecham os estabelecimentos. Incrível! Deparei-me várias vezes com uma placa na porta, como esta embaixo, escrito: chiuso per ferie.

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Ali perto estava a Piazza Navona e segui para lá. Entre uma rua e outra me deparei com o que se tornou uma das melhores surpresas desta viagem, o Caffè Sant Eustachio. Viciada em café como sou, aquela bebida quente, perfumada e densa despertou o meu paladar. Não sei descrever o gosto mas sem sombra de dúvida é o melhor café que já tomei na minha vida. Ao elogiar a qualidade da bebida, fiquei sabendo que era produto brasileiro. O meu orgulhou fez surgir um sorriso no rosto que o proprietário, gentilíssimo, parou o atendimento para me fazer conhecer o estoque. Os grãos são provenientes de uma cooperativa de Poço Fundo, sul de Minas Gerais, cultivados organicamente. Além de fazer um produto maravilhoso a cooperativa ainda faz um trabalho social com crianças da região. Saí de lá devorando uma barrinha de chocolate sabor café.

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Depois desta experiência cheguei finalmente na Piazza Navona. Para mim, a mais bela de Roma. Hoje é circundada de edifícios dos séculos 16 e 17, mas na época dos romanos era um estádio construído para uma olimpíada. Um dos atuais edifícios encontra-se a embaixada brasileira com a nossa imponente bandeira hasteada sobre o balcão. A atração principal da praça é a Fontana dei Quattro Fiume que tem o mesmo número de gigantes de pedras representando os maiores rios conhecidos naquela época: Ganges, Rio da Prata, Danúbio e o Nilo. As outras duas, Del Moro e Netuno, são igualmente impressionantes. Naquela hora já havia tantos turistas que não consegui tirar nenhuma foto boa. Mas é preciso ir até o lugar para entender a magia que existe ali. A música tocada por uma banda, o ruído dos restaurantes e as cores dos palácios são capazes de criarem uma atmosfera única.



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Como a ordem do dia era andar, segui para a Piazza e Porta Del Popolo tendo em mente que iria ter um belo por do sol. E, como em Roma, no meio do caminho sempre tem uma igreja, pausa para fotos, mas somente do pátio para não perder a luz do dia nos demais lugares que ainda ia. Detalhe: a piazza era um local de execução pública nos séculos passados. Hoje, uma reunião arquitetônica renascentista, barroca e neoclássica. Entre aqueles monumentos, e mais outras estátua de Netuno, consegui achar um lugar para sentar e descansar. Alguns minutos mais tarde, com o ânimo refeito, era hora de subir a via e ver Roma de um belo panorama. Mais uma vez eu posso dizer, esta é a minha cidade italiana. A claridade solar daquele horário, 17h30, mais a arquitetura e o clima quente, mas agradável, me fez sentir feliz por estar ali contemplando tanta beleza. Olhava a cidade ao fundo e a piazza em primeiro plano e deixava a retina fotografar para o cérebro aquela maravilha criada pelo homem.

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Acabou? Claro que não. Próxima parada, Piazza Spagna. Longa e de forma irregular, tem uma das principais atrações da cidade: la Scalinata di Trenità dei Monti e, ao fundo, a igreja do mesmo nome e outro obelisco. Em volta, tantos casarões antigos e coloridos. Na primavera, as flores nas jardineiras existentes no meio da escadaria transformam o lugar numa verdadeira passarela. Aliás, o lugar respira luxo e grandes estilistas fazem apresentações de suas criações ali. Em frente, tem a via mais VIP do lugar, a Dei Condotti. Grifes como Gucci, Chanel, Max Mara, Salvatore, Valentino, entre tantas outras, estão expostas ali. Também tem o famoso Caffé Greco. O lugar é refinado e tem ótima apresentação. Entrei, provei e não achei nada demais. Depois do Sant Eustachio vai ser difícil.

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Os pés já davam sinais claros de cansaço, mas o dia não tinha acabado. Descendo a famosa via encontrei um artista de rua. Ele reproduzia com giz e os dedos uma pintura que mantinha perto. Já tinha visto algo em Firenze, mas este conseguiu ser muito preciso na arte. Algo interessante: ao lado da pintura tinha um “informativo” apontando a direção dos principais pontos turísticos da vizinhança.


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Seguia para Castel Sant’Angelo. A caminhada foi boa, mas pude ver o Palazzo di Giustizia e fazer fotos na Ponte Umberto I. Até chegar ao meu objetivo fui contemplando Trastevere do outro lado do rio Tevere. A noite, o lugar se torna um dos points mais badalados de Roma.


Cheguei ao meu destino extremamente cansada o que me fez aproveitar pouco a visita. Usei a minha última opção do RomaPass. Castel Sant’Angelo é imponente e foi construído como o mausoléu do imperador Adriano, mas com os anos teve várias finalidades: fortaleza, prisão, refúgio papal, caserna e palácio de festa. Para chegar é preciso atravessar uma ponte que dispõe 14 estátuas sacras. Sobre o castelo tem uma escultura do arcanjo Miguel que foi posta, no século VI, após o papa Gregório Magno pedir ajuda divina para livrar a cidade da peste. Conta-se que, direto do Vaticano, ele viu o anjo com a sua espada sobre o monumento. Era um sinal que a mortandade estava no fim. Depois disto passou a ser conhecido com o nome que tem hoje.

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Final do dia. Voltei ao albergue tomar um banho, comer algo e dormir. O dia seguinte começaria cedo!

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Obs.: para fazer os trajetos deste dia eu usei o metrô para economizar tempo. Mesmo assim, andei muito de alguns pontos ao outro. Resultado: precisei comprar analgésico para alivar as dores nos pés antes de dormir.

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Ciao!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Roma - 1° dia

É difícil começar um texto depois das férias sem lembrar-me das redações escolares. Dá até saudades.. das férias, vamos deixar claro!

Nunca imaginei uma cidade que poderia mexer tanto comigo como Roma. A cidade eterna me hipnotizou. Chegando no hotel eu tinha pensado de me sistemar primeiro, escolher qual seria o roteiro do dia e então sair e desbravar os monumentos, mas como os quartos do albergue ainda não estavam liberados, deixei minha pesada mochila na recepção e comecei o meu passeio pelo Coliseu.

Da estação Termini fui descendo a via Cavour e absorvendo o clima da cidade. Pausa para um pedaço de pizza, aquisição de um chapéu para suportar o sol quente e fotos da Igreja Santa Maria Magiore.

As cores e os prédios antigos, contrastando com o azul celeste do céu, chamavam tanto a minha atenção que simplesmente passei desapercebida em frente da basílica de San Pietro in Vincoli onde está a famosa estátua de Moisés, de Michelangelo. Peccato.

Na cabeça só tinha um pensamento: chegar na maior arena de espetáculos da era romana. Ver a quantidade de turistas na frente dos portões me fez sentir feliz por ter comprado o RomaPass, €23, ainda na estação. Passei rapidinho pela bilheteria deixando para trás uma fila quilométrica de pessoas. Senti-me tão esperta.. rs. (Dica do Ricardo Freire que valeu muito a pena).


O tamanho do Coliseu me impressionou. As colunas derrubadas, os arcos, as galerias. Senti um misto de euforia e tristeza. A primeira por conhecer a história* do lugar, a arquitetura e engenharia utilizada, a genialidade de como foi concebido. A última por relembrar que milhares de pessoas morreram naquele lugar de formas mais monstruosas possíveis. Não consegui sair de lá rápido. Quase 4h depois, consegui convencer o cérebro que era preciso conhecer outros pontos turísticos.

Fotos no Arco de Constantino, Parco di Traiano e descobrir que Roma está cheia de esculturas do artista Jiménez Deredia. As obras, em forma de mulheres gordas, lembram Botero. Posso dizer que o contraste do moderno com o antigo me agradou e muito.

Foro Romano e o Palatino foram as próximas paradas onde eu pude usar, novamente o RomaPass, sem gastar mais dinheiro. Santo cartão! Ajudou-me a evitar o falimento. Com ajuda de um audioguida, €6, vi como os imperadores viviam. A casa de Augusto é impressionante. Difícil é entender que era preciso construir uma casa para a esposa Livia ao lado da sua. No mesmo sítio arqueológico tem o Arco di Tito, Templo di Apollo, Arco di Severo, Templo di Cesare, Via Sacra etc. Constatei que a falta de sinalização nos monumentos faziam com que os turistas passassem por estes sem entender do que se tratava. Eu mesma tive dificuldades para identificar o lugar onde César foi cremado e, depois, construído um templo. Por causa desta falha ouvi de alguns turistas que tudo aquilo era um monte de pedras.

Os pés já começavam a reclamar mas ali perto estava a Piazza Del Campidoglio que merecia ser conhecida. Final da noite e era hora de voltar ao albergue, descansar um pouco e depois sair para comer. Ainda não tinha aprendido que só volta ao hotel na hora de dormir pois se perde muito tempo. Pensava em ir a Piazza Navona mas acabei na Piazza Campo dei Fiori. Entrei na pizzaria Il Stragnero, só pelo nome não deveria ter entrado, e, entre o primeiro atendimento ao momento de comer a minha pizza margherita, €9, passaram 45minutos. Não recomendo apesar da qualidade do pasto. Esperar tanto me dá nos nervos.

Na hora de voltar ao hotel, uma passada numa gelateria da vizinhança. Já era hora de dormir pois o dia seguinte começaria bem cedo! Mas isso fica para o próximo capítulo.

Ciao!



* O Coliseu foi construído, no ano 78 d.C, por um "arquiteto" chamado Gaudêncio. O seu nome simplesmente não aparece nos livros de história e nos relatos de Roma porque ele se converteu ao cristianismo e acabou sendo morto na arena de sua grande obra. Assim, foi riscado dos registros oficiais após a sua conversão.