sexta-feira, 23 de abril de 2010

Trieste, uma cidade emoldurada pelo Mar Adriático

Obs.: Preparem-se pois o texto é longo e o Blog não me deixa colocar fotos. O próximo post serão apenas de imagens dos lugares onde estive.

Trieste, a cidade nórdica da latina Itália. Em outra definição, como diria um amigo, é como um pedaço de torta caída indevidamente entre os seios de uma mulher, ou seja, deliciosamente provocativa e totalmente fora do lugar.

.

Localizada na região de Friuli Venezia Giulia, ao norte da Bota, a cidade não lembra os demais pontos turísticos italianos. O que é muito bom! Pertencente aos domínios da Áustria até a primeira guerra mundial, Trieste possui uma arquitetura primorosa inspirada no estilo Art Nouveau que faz a alegria dos fotógrafos apaixonados por detalhes. Os edifícios, com seus telhados verdes e esculturas de ferros e pedras, refletem o esplendor aristocrático de uma época em que teve princesa Sissi como um de seus personagens. Outro detalhe que saltam aos olhos são as vias principais largas, ladeadas por postes inspirados no estilo acima e que parecem que foram trabalhados artesanalmente.

.

A natureza também premiou Trieste. Chegar à cidade de trem é um caso de amor a parte. Devagar, enquanto vai descendo a encosta do rochedo somos premiados com as águas cristalinas do Adriático que abraça toda a cidade. Observar da montanha, a cidade lá embaixo, emoldurada pelo azul do mar e pontilhado de pequenos barcos à vela, é estar diante de um dos mais belos cartões postais que Trieste oferece a quem chega.

.

Ao fundo, e em qualquer ângulo, se vê o porto. Este tem uma grande influência no caráter dos triestinos que, mantendo a elegância e beleza do norte da Europa, são receptivos e extremamente cordiais.

.

Ok! Já observaram que me apaixonei pela cidade e, sim, eu quero morar lá. Mas a pergunta que é: vale à pena fazer turismo em Trieste? (Porque, se for para conhecer uma cidade nórdica é melhor ir diretamente à Viena!). Elementar, meu caro Watson! Trieste tem muito para ver e é perfeita para uma lua de mel ou passeio com família.

.

Vou deixar os relatos de onde eu fui. Adianto que acabei com a bateria da máquina no primeiro dia e, esquecida, não trouxe o carregador comigo. Outra coisa, andei tanto no primeiro dia que meu menisco reclamou. Resultado: pensando nos 500 degraus da Grotta Del Gigante que eu tinha que encarar, não fui! Tudo bem, já tenho um ótimo motivo para voltar lá.

.

Comecei o passeio pelo calçadão que acompanha o mar, da Riva Ter Novembre até N. Sauro, observando mais a arquitetura e a água cristalina do Adriático. O vento quase me carregava mas tive a companhia do sol que esquentou o inicio desta primavera. O som provocado pelas gaivotas não deixava esquecer que estava em uma cidade portuária. Passei pelo Canal Grande que, pensando que sim, não fiz uma foto do lugar. É um pequeno braço do mar que forma uma galeria para pequenos barcos. Já vi vários registros bacanas de lá. Pena que vacilei.

.

Próxima parada foi a Piazza della Unità d’Itália. Aberta para o mar, tem um impacto cenográfico incrível. Construída de forma desorganizada em todo o período medieval, no início de 1800 foi demolida e reconstruída com uma fachada harmoniosa e esteticamente condizente ao crescimento econômica do período. No mesmo local se encontra a Fontana dei Quattro Continenti que, com quatro estatuas alegóricas, representa os quatros continentes conhecidos da época: Europa, Ásia, África e América. Próxima a esta tem a coluna em homenagem ao imperador Carlo VI.

.

Em torno da praça é cheio de restaurantes, sorveterias, bares e cafeterias ideais para ver a vida passar. Eu, viciada em caffè, não resisti e fui tomar um para carregar as energias para a próxima parada.

.

Ali pertinho está o Teatro Romano que é um dos poucos resquícios deste império na cidade. Pequeno, foi descoberto nos anos 30, em uma escavação na cidade. Mesmo assim, é belo e te faz lembrar que está na Itália.

.

Enquanto eu ia me apaixonando pela cidade, ia também subindo as vias íngremes e pensava: se eu morasse aqui, falaria mal todos os dias estas subidas! Mas, como tudo tem um lado positivo, quanto mais alto, melhor era o panorama. Desta vez o destino era o Monumento ai Caduti della Grande Guerra que fica como num “pátio” entre o Castello e a Cattedrale di San Giusto. No mesmo local tem resquícios da civilização romana com colunas do foi um fórum e um templo. Perdi horas visitando estas atrações. O castelo bem preservado mostra como era o cotidiano de um senhor medieval. Porém, a fachada da catedral que foi um caso de amor a parte. O que é aquela roda, por onde entra luz na igreja, na fachada? Grande e bem trabalhada dá um impacto na construção de pedras e tijolos antigos.

.

Na volta me perdi deliciosamente pelas vias minúsculas. Amo quando isso acontece. E foi assim que dei de cara com a igreja de Santa Maria Maggiore e uma bem pequena, ao lado, chamada San Silvestro. Enquanto batia perna sem direção, apenas seguindo em direção ao mar, via como a população local se comportava. Achei interessante como gesticulam menos e não falam alto como os demais italianos.

.

Nesta minha andança acabei na Stazzione Marittima que é o aquário municipal. Apesar de não ter achado impressionante, quem está com criança é uma ótima dica. Saindo do lugar achei uma gelateria que vendia picolé. Matei um pouco a saudade do Brasil. Pena que não era bom como os nossos.

.

Hora de me perder novamente entre aqueles prédios lindíssimos. Entrei nas vias comerciais, vi vitrines, encontrei personagens famosos e percebi que também era observada.

.

Já eram quase 20h, o cansaço era grande, resolvi ver os últimos raios do sol em um dos bares da Piazza della Unità d’Itália, acompanhada de um Collio e um Panda MARAVILHOSO.

.

No dia seguinte, já sabendo que ia ficar na mão com as fotografias, parti cedo para o Castello di Miramare. Inesquecível é a palavra justa para lugar. O mais belo castelo que já vi até hoje. Para chegar até ele é preciso pegar um ônibus que te leva para fora da cidade. Do ponto final, você vai subindo uma ladeira em meio a uma vegetação de costeira. Olhando para trás, se vê uma pequena marina que dá um ar bucólico à região. Para frente, se abre o parque di Miramare. Somente esta recepção já da para imaginar o que espera pela frente. Ainda não é possível ver o castelo, mas basta andar mais um pouco e olhar por uma das aberturas da vegetação e ver a construção de torres brancas. Sinceramente, me faltam palavras para falar deste lugar. Vou deixar apenas as poucas fotos, que consegui fazer, falem por sim. Para completar, havia a mostra “O Beijo” com quadros belíssimos retratando esta demonstração de amor.

.

Depois de horas lá dentro, já sabendo que não dava para ir à Grotta, resolvi almoçar no restaurante em frente à pequena marina que citei. Esta viagem foi um presente de aniversário e tinha que incluir um almoço como eu gosto no roteiro. Ordens do presenteador (oh coisa chata, viu.. rs). Enquanto pensava em toda a beleza que tinha visto, na companhia que tive, observava a beleza da região, ouvia uma bossa nova muito boa que vinha do interior do restaurante e me deliciava com um frizzante. O cardápio escolhido: entrada de salmão defumado acompanhado de pães, depois, pasta com mexilhão ao sugo de tomate. E, claro, tudo acompanhado de um Collio.

.

Hora de voltar para casa com o coração leve e a certeza que a vida na estrada é o caminho certo para mim. Principalmente bem acompanhada.

.

Trieste, eu volto!

domingo, 18 de abril de 2010

Pandinha, a melhor companhia!

"Eu estarei com você/
E você, você estará comigo!" *






* Musica: Eu estarei com voce - Wilson Sideral

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Próxima parada,Trieste!

Castello di Miramare no golfo di Trieste - foto do site

Já fazia muito tempo que eu me programava para ir a Trieste e na última hora cancelava. Esta semana resolvi riscar todos os argumentos do meu questionário de boicotagem e preparar um roteiro para conhecer a cidade italiana neste sábado e domingo. A principio eu pensava em ir somente um dia, depois de ler as atrações do local decidi que dois dias será o suficiente.
.
Agora estou aqui prenotando um B&B que está bem cotado no site do Hostel Word e torcendo para que consiga me incluir em uma excursão da Grotta del Gigante. Sempre quis entrar em uma caverna mas nunca tive oportunidade, então esta será a ocasião (cruzando os dedos para que de certo).
.
No meu roteiro também estou incluindo o Castello di San Giusto, Castello Miramare, a marina e um giro pelas praças do lugar. Afinal, não poderei ficar sem provar um caffè local. A única coisa que estao me incomodando é a não ter nenhuma indicação de onde comer.
.
E, para finalizar, esta será a primeira vez que farei uma viagem na Itália em companhia. Aliás, uma ótima companhia.
.
No próximo post detalhes sobre Trieste. Pena que a máquina fotográfica não é uma Ferrari!
.
Baci

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Com a primavera, os primeiros sinais de vida!

Qual a sua estação preferida? A minha é a primavera. É o período que os dias são mais longos, a temperatura começa a subir (20 graus), o céu é azul, as folhas das árvores começam a brotar mostrando que os galhos secos do inverno ainda têm vida, as flores aparecem com todo o vigor.

.

Também é hora de voltar a tomar gelato, de trocar o caffè espresso pelo suco de frutas, de comer sanduíche com vinho. Sentir o cheiro da comida caseira dos vizinhos invadirem a sua casa; de ver pássaros cantando uma sinfonia que somente os sensíveis são capazes de entender, de ver as crianças celebrando a liberdade fora de casa e sobre as bicicletas.

.

Outra coisa que gosto é de trocar as roupas do guarda roupa. Tirar todos os casacos pesados, lã, veludo, píuma, botas e cachecóis e colocar as roupas mais leves, mais coloridas. É a sensação de passar a vida a limpo. Você entende, de modo particular, os ciclos da vida e dá prosseguimento aos projetos. Abre bem as janelas para os primeiros raios de sol entre na casa e na alma.

.

É hora de fazer caminhada na beirada do rio, de andar de bicicleta pelos campos de plantações de pêssegos, peras e cerejas; de deixar o ar fresco e perfumado entrar nos pulmões; de sentir os cabelos voando sem se preocupar se ficarão despenteados.

.

É momento de ver a vida com mais positivismo; de fazer escolha entre ou ter razão ou simplesmente ser feliz; de olhar cursos de fotografias e planejar a mais nova viagem do final de semana.

.

De uma nova janela eu olho um novo mundo apenas olhando o hoje e acreditando no amanha, onde quer que ele seja. Aqui, no Brasil ou na Ásia. Aliás, isso me faz lembrar dos caracóis que eu acho fantásticos. Eles levam consigo às suas casas. Melhor dizer que eles são as suas próprias moradias. São sábios, em qualquer lugar estarão em casa, sem a necessidade de partir ou retornar. Onde estiverem é o lugar de ficar. Ou não.

.

Também é não esquecer de quem ama. Àqueles que estão do outro lado do Atlântico mas é como se estivessem do seu lado. De não sentir às 5h de diferença do fuso horário somente para poder "passar o dia" com quem está aqui e lá ao mesmo tempo. De sentir saudades do colo da mãe, do olhar de orgulho do pai, da parceria com o irmão, de brincar com a cachorrinha.

.

Mas também achar o máximo que no dia 25 de julho, no Teatro do Silencio, em Lajatico, Toscana, vai acontecer a quinta edição da apresentação de Andrea Bocelli no local. Suas apresentações, sempre acompanhado de orquestra sinfônica em perfeita sintonia, resulta em um espetáculo emocionante possível de ver, um pouco depois, no DVD produzido na ocasião. Eu acho que vou!

.

A tarde está começando para mim. Alguém quer ir de bicicleta no centro da cidade? O gelato é por minha conta.

.

Ciao e arriverdeci.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Milano, uma deliciosa descoberta!

Vale à pena conhecer Milano? SIM. Centro da moda, design e, também, dos escândalos políticos, a capital italiana oferece uma sorte de oportunidades para os diversos tipos de turistas que invadem o País todo o ano.

.
Resolvi conhecer a cidade num final de semana, isto ainda dividindo um dia com o Lago di Como. Quem me conhece sabe que sempre fui resistente a metrópole italiana. Na minha cabeça, para conhecer arte e cultura que fosse nas outras regiões mais interessantes de Itália. Nada de perder tempo a versão italiana, reduzida e mais charmosa, de São Paulo. Fui, vi e quebrei a cara. Ainda bem! Com o pouco tempo que eu tinha me concentrei em conhecer três pontos mais interessantes naquele momento: Castelo Sforzesco, o Duomo e a Galeria Vitorio Emanuele II.
.

Duomo: Para mim é a mais bela catedral da Europa depois da Sagrada Família (Barcelona, Espanha). Com uma fachada gótica e várias torres erguidas em placas de mármore, que contam histórias bíblicas, a igreja impressiona. Iniciada em 1386, foram necessários quase quatro séculos para ser considerada concluída. O projeto arquitetado conseguiu impressionar até Napoleão que, após invadir a Itália, deu prosseguimento nas obras que estavam quase paradas. Atualmente, além de ponto turístico, o Duomo oferece uma das possibilidades de ter um belo panorama de Milano.

.
.

Galeria Vitorio Emanuele II: Gostei mais pela arquitetura clássica. O antigo prédio è o mais antigo shopping Center da Europa e concentra as mais importantes grifes italianas e mundiais. Fui, dei uma olhada básica e cheguei à conclusão que vale mais pela arquitetura do que pela proposta em si. Ótimo para quem esta com fome e fazer um pit stop em um dos tantos restaurantes do lugar. Ou, se o espírito è de mochileiro (e o bolso tbem) tem vários bares com propostas de lanches rápidos por menos cinco euro!

.
Castelo Sforzesco: Imagine um castelo medieval que serviu como palco de batalhas por vários séculos. Agora acrescente quatro torres e pense que foi influenciado pelo domínio Espanhol, austríaco e napoleônico. Pronto, falamos do maior castelo de Milano, Sforzesco. Entrar por uma de suas portas é como atravessar o tempo e voltar ao passado. Atualmente o castelo abriga exposições permanentes além de inúmeras mostras intinerantes. Quando eu fui havia exposição da obra Madame Butterfly com uma gigantesca estatua da personagem principal em um dos pátios internos.

.

Como eu disse, a visita foi rápida e serviu de aperitivo para voltar novamente. Desta vez vou planejar os detalhes para curtir mais. Allora, arivederci!