terça-feira, 31 de maio de 2011

Temperatura aumentando

Foi dada a largada para o verão 2011. Na TV as pautas de sempre: academia, alimentação e hidratação, perder peso, biquíni, praia, férias etc. Para quem não conhece pode imaginar que é igual ao Brasil, mas não. O inicio do verão na Itália é um fenômeno interessante a ser observado e como influencia as pessoas. Surge uma atmosfera diferente de como se todas as pessoas fossem sair de férias e estão se preparando para isso. De uma hora para outra não importa mais o que o Berlusconi faz, se o Milan vai jogar contra o Inter, se a Ferrari não está bem na F1. Importa somente a praia, mesmo que seja alguma horrível como a de Jesolo (leia-se Iesolo), ou se vai fugir dela e ir em direção das montanhas.

Eu gosto deste clima de férias. Para quem vai é hora de recarregar as energias, quem fica desacelera a vida. As cidades (exceto as de praia) ficam vazias, é possível achar estacionamento no centro, andar de bicicleta é mais tranqüilo, enfim parece que tudo entrou em câmera lenta.

Este ano eu vou passar as semanas de Junho e Julho na pavorosa Jesolo com a família para a qual sou baby siter. Feliz da vida eu não estou mas vou tentar aproveitar pois de limões se fazem limonadas, certo? Se o humor é dos bons se faz é uma boa caipirinha!..rs

E no Brasil o friozinho chegando.

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Mudando de assunto para contar uma ótima notícia: hoje eu peguei o meu documento (permesso) renovado para mais dois anos! Ufa, menos uma coisa para pensar.

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Ciao a tutti!

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Coisinhas

Vi em outro blog, achei legal a idéia e vou fazer aqui: a quantidade de anos contados em formas de coisinhas aleatórias sobre a minha vida. Vamos là!

  1. Nasci branca e com poucos cabelos, hoje sou morena e continuo com poucos cabelos;
  2. No dia do meu aniversário minha mãe só me dá os parabéns depois das 18h, hora do meu nascimento;
  3. Minha fé em Deus determina o meu caráter e personalidade;
  4. Minha cor favorita é o alaranjado, mas para roupa eu vou com azul ou rosa forte;
  5. Meu xodó é a minha cachorrinha Penélope. Por causa dela eu diminuí o consumo de carne vermelha. Tenho dó das vaquinhas;
  6. Até o fim do segundo grau eu fiquei de recuperação, em todos os períodos, em Matemática;
  7. Não durmo com as portas do guarda roupa abertas;
  8. Preciso de oito horas de sono por dia;
  9. Durmo com um travesseiro no meio das pernas;
  10. Sou mineira apaixonada. Acho que o céu de Minas é mais azul, a vegetação mais verde, as mulheres mais bonitas, a comida mais gostosa, sei cantar até o hino do Estado;
  11. Já amei duas vezes na vida. Em uma delas vivi uma história como eu sempre sonhei;
  12. Perdi contato com a minha melhor amiga por mais de 12 anos, nos reencontramos por meio da internet, nos vimos ao vivo uma vez, mas nos falamos todos os dias, via net. Mais presente na minha vida, impossível;
  13. A internet trouxe grandes presentes na minha vida em forma de pessoas;
  14. Minha comida preferida é peixe e frutos do mar. Não consigo fazer outro pedido que não inclua isso no meu cardápio;
  15. Tive letra bonita, redonda, quase desenhada, até entrar na faculdade;
  16. Gosto de sorvete de frutas, cappuccino e tudo o que tem café;
  17. Ouço música constantemente. Para cada momento da minha vida existe uma música certa;
  18. Tenho um irmão;
  19. Sou flamenguista;
  20. Todos os dias eu leio vários blogs/sites sobre casamento;
  21. Sou apaixonada por fotografia;
  22. Não sei nadar apesar de ter morado em cidade de praia por 16 anos;
  23. Tenho 23 pintinhas no rosto, e não da para perceber;
  24. Acredito no verdadeiro amor;
  25. Sou desafinada;
  26. Tenho gastura de talco;
  27. Minha coragem é um pouquinho maior que o meu medo;
  28. Gosto de números ímpares;
  29. Lambo a tampinha do iogurt;
  30. Preciso de um canto para deixar tudo bagunçado, geralmente meu guarda roupa;
  31. Prefiro ser carona à motorista;
  32. Sou aventureira;
  33. Não ligo para dinheiro;
  34. Sou positiva diante da vida.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Festa para os olhos e manjar para o paladar

Viver num outro país não é apenas a forma mais fácil para imersão de uma nova língua, mas de toda a cultura local. E se tratando da culinária, é preciso realmente viver como um nativo da região para descobrir as delícias do quintal que muitas vezes não fazem a festa em nossa mesa. Claro que nem tudo que é bom numa região vai ser boa na outra. Diz o ditado que o “sol nasce para todos”, mas a forma como ele incide sobre cada terreno, a qualidade da terra, a abundância ou escassez da chuva etc. vai interferir diretamente na qualidade de um produto. Por isso que o abacaxi, a banana, o mamão e a manga são mais saborosos no Brasil que na Europa. Porém, ao vir por estes lados de cá, abra a tua cabeça e dê uma oportunidade para algumas verduras e frutas que aqui fazem a alegria numa refeição. Acredite, são verdadeiros deleite ao paladar. Vamos aos “causos”:

Pimentão: Esqueça o gosto ácido daqueles que existem no Brasil. Aqui eles são doces*, saborosos e são comidos crus nas saladas, grelhado, refogado, recheado, frito, em conserva etc. Os mais consumidos são os amarelos e vermelhos.

Abobrinha verde: Não é aquela coisa verde, aguada e sem gosto que conhecemos. Tem sabor próprio, é doce (!) *, com a casca crocante e pequena. O italiano é tão apaixonado por elas que até as flores são devoradas. Devo confessar, eu também amo come-las cruas enquanto vou cortando para o preparo de algum prato.

Couve flor e cenoura: idem a abobrinha. Sobre a última, são incrivelmente doces* e a cor é viva, bem alaranjada mesmo.

Tomate: A infinidade é incrível e nem sei dizer quantos são. Basta chegar numa barraca de feira para ver que tem de todos os tamanhos e formatos. Como estamos na época de tomate, a cor vermelha predomina nas feiras. São brilhantes, suculentos e doces* (outra vez). Faz-se de tudo com esta gracinha. Salada caprese faz parte da refeição neste período do ano.

Azeitona: Outra coisa acida que eu não morria de amores, até eu vim pra cá e degustei a primeira azeita preta. Amor a primeira mordida. Mas as verdes também são ótimas. Vendidas de diversas formas, já vêem temperadas conforme o gosto. As produzidas na região da Puglia estão entre as minhas preferidas.

Cerejas: Vou repetir o jargão: “Impossível comer somente uma”. Existem vários tipos. Os italianos costumam fazer festas, le Sagre, no período das colheitas atraindo grande quantidade de turistas. As minhas preferidas são as marostica, aqui da região do Veneto, e tem a tradição da sagra desde 1933. No próximo dia 5 haverá a apresentação da produção local com premiação o melhor produtor. Entre os atrativos estão a distribuição de cestinhas para os visitantes da feira. A minha gula diz que eu vou!

Figo: A fruta, que na verdade é uma flor, é tão doce* que chega a dar estalinhos nos ouvidos quando a engolimos. E tem por tudo quanto é parte, tipo manga no Brasil.

Caqui: Nunca entendi a paixão da minha mãe por esta fruta até a primeira experiência em solo italiano. Existe o caqui mole e o duro e a minha preferência é pelo primeiro. Extremamente doce*, com a casca que é mais uma membrana fina tentando proteger aquela carne mórbida e suculenta. Pronto, deveriam trocar o posto de fruto proibido da maça pelo caqui. A árvore fica linda na época de frutos, totalmente pelada e aquelas "bolas" laranjadas enfeitando como uma árvore de natal. Infelizmente vai demorar até novembro para devora-los novamente.

Melão: Tentei lembrar de uma vez que gostei de comer esta fruta no Brasil e não lembrei. Já na Bota, mamma mia, que delícia. Os vindos do sul são melhores ainda. Tem os branquelos como conhecemos no Brasil, e os de carne alaranjada, divinos. No verão é muito comum comer presunto cru com melão, é uma refeição bastante refrescante.

Berinjela: Ok, é a única coisa que não gosto mesmo. Nem aqui nem no Brasil. Acho que em nenhum outro lugar vou gostar. Ma va bene, já tem tantas outras coisas para gostar que, se esta ficar de fora, não faz mal.

*Não sei explicar o termo. Tem que vir aqui e provar!... Hahahahaha sacaniei.

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Ciao a tuti

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Quem acha um amigo acha um tesouro


Já um provérbio bíblico que diz que “há um amigo mais chegado que um irmão”. Recentemente ganhei uma nova e grande amiga. Ela tem passado seis meses na Itália de férias. Neste meio tempo tem rodado por lugares incríveis, vendo o mundo com os proprios olhos como sempre desejou conhecer, enquanto descobre os prazeres de viver à italiana. Fomos apresentada por uma amiga em comum e desde as primeiras conversas no MSN a afinidade foi incrível. Quando nos encontramos era como se fossemos amigas de infância. A mesma postura diante da vida, a mesma fé em Deus, o mesmo gosto musical, a inteligência particular. Diferente é o sotaque. Ela é uma potiguar, com um falar forte que os nordestinos têm. E cozinha muito aliás, é uma chef nas horas vagas em Natal. O seu nome, Geórgia, pronunciado em italiano é um dos poucos nomes femininos que gosto.

Com ela veio o olhar apaixonado pelo Brasil. Três anos longe de casa eu já estava me esquecendo da alegria que temos de forma tão natural no nosso dia a dia. Vê-la rindo para qualquer coisa, sua segurança diante das questões da vida me faz ter alegria de ser brasileira. Para quem pensa que o Brasil não tem nada de bom, que tudo aí é ruim, posso te dizer que no restante do mundo existem problemas semelhantes. Tudo depende da forma como os enfrentamos. Não estou banalizando a violência, apenas creio que ela não pode tirar a beleza da positividade que o brasileiro tem diante da vida.

Agradeço a Deus por Ele sempre colocar presentes em forma de pessoas na minha vida. Com a "Moranguinho" (sim, parecem muito) conversamos sobre coisas particulares e íntimas, falamos sobre planos futuros, vibrou ao ver que tomei uma decisão muito importante para mim, vai me fazer um grande favor quando chegar ao Brasil e, mais importante, ganhei uma auxiliadora em orações.

Juntas conhecemos Trentino-Alto Adige (e constatamos que os controladores e policiais mais lindos estão naquela região), a apresentei Treviso, combinamos de ir a Como e planejo que ela volte aqui antes de ir embora para irmos a Sirmione e a Trieste. Esqueci de dizer que ela é o meu ideal de companhia de viagem, e não só. Não é fresca, topa qualquer parada, pode andar feito camelo no deserto e é capaz de achar o máximo cada grão de areia sem lamentar a falta de água, gosta de comer bem, ama cultura e é positiva.

Enfim, hoje ela está na Grécia aonde permanecerá por 15 dias. Enquanto isso eu permaneço aqui ouvindo os louvores que ela deixou no meu PC e que me tem feito tanto bem.

Nesta manhã eu tenho apenas a dizer: “Obrigada meu Deus por mais um belo presente que me deste”.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Pobres....

Ontem um senhor me pediu esmola no centro de Treviso. Por frações de segundos me lembrei do Brasil e a situação de tantos que mendigam pelas ruas. Depois prestei atenção naquele homem. Dizia ter 97 anos e precisava de ajuda para se sustentar. Algo nele era diferente. Ele tinha porte elegante. Embora vestido de forma simples sabia vestir bem. E usava um Rayban Aviador. Dei algumas moedas. Segui meu caminho mas continuei olhando para trás para ver se alguém mais dava alguma coisa. Todos eram indiferentes. Doeu meu coração ver aquela cena.

Mais tarde, ao contar o ocorrido a uma conhecida, fiquei sabendo que aquele senhor foi um homem muito rico na cidade e que perdeu tudo (algo relacionado aos filhos) e que hoje vive de ajuda da prefeitura.

Não sei que tipo de pessoa ele foi. Fernanda Young, com suas declarações controversas, certa vez disse a velhice beatifica as pessoas, independente do mau caráter que foi durante toda a vida. Não estou dizendo que aquele senhor foi uma péssima pessoa, o fato é que fiquei sensibilizada com a situação dele como se tivesse sido uma pessoa boa toda a vida.

Pedir dinheiro aos outros coloca o ser humano numa postura inferior, de dependência. Ao vir para a Itália imaginei que não veria mais estes episódios. Ledo engano. Aqui também se vê estas cenas. Passei o dia com a imagem na cabeça.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Música do dia: Não é Fácil, by Marisa Monte


Acordei de madrugada com uma dor no peito. Era saudade. Na noite anterior dormir lendo poemas de Pablo Neruda. Acredito que tive efeitos colaterais. Agora de manhã escuto Marisa Monte cantando aquilo que minhas entranhas gritam, Não é Fácil.
Como é difícil esta espera. A espera de esquecer, de encontrar, de ver, de ter.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Dove sei?

Ti aspetto da tanto
Non lo so come sei oppure quall'e il tuo nome
Ma lo so che ti amo
Siamo come il sole e la luna
Mai insieme ma ci siamo uno per l'altro.

Ti aspetto da tanto
Può darsi che io sono da un'altra parte dell mondo diverso della tua
Oppure sei quelle dolce occhi che mi guadano di mattina
No lo so
Ma lo so che ti amo
E vorei dire che ti aspetto e me manca tanto
Tanto.