sábado, 10 de setembro de 2011

Sábado: o dia besta ou de ser besta!

Sábado é o dia que lavo a alma, esqueço os perrengues do cotidiano e tenho o prazer de estar viva, principalmente aonde escolhi viver. Outro dia uma amiga me perguntou, pelo MSN, se eu não era feliz no Brasil. A resposta não foi um sim nem um não, apenas que eu vivia no lugar errado em que eu era diferente dos demais e isso me deixava desanimada com a vida. Explico para não ser chamada de alienada (e se for, não estou nem ai mesmo!) etc. Sou filha de pessoas simples, que saíram da pobreza e lutaram muito para sustentar os filhos dando (além de amor, carinho e correção) estudo e plano de saúde pagos, casa boa para morar, roupas de qualidade, comida em fartura e muito boa (já disse que sou mineira, né. Mamis tbém!) além de um ambiente social que me fez ir além do que eles me ofereciam. O resultado é que me tornei alguém com um gosto diferente dos meus amigos brasileiros. Eu me relacionava com pessoas mais velhas para não me irritar com as infantilidades dos demais com a mesma idade que a minha. Com os mais velhos eu não era obrigada a ouvir pagode e forró; eles me falavam de Elis Regina, Maria Bethania, Gal Costa, João Gilberto, Vinícius de Moraes e outros. E com isso descobri Adriana Calcanhoto, que amo de viver, aprendi que o samba é lindo e não é sinônimo de Carnaval. Minha reflexão sobre um filme ia além da interpretação do ator ou se os protagonistas terminaram juntos e vivos. Quando ia ao shopping, na hora de comer eu me recusava ir ao Mc’Donalds; ou comia algo regional ou asiático.

Odiava o vizinho que metia música no último volume. Se fosse Kelly Key, Latino, Bello, Joelma (banda Calypso) ou qualquer pagode, forró, axé ou sertanejo, eu sentia um desgosto profundo por ter que suportar algo tão ruim, gratuitamente, no meu dia a dia. Não aceitava o fato que, fora do meu ambiente “intelectualizado”, eu era vista como uma nerd porque fazia uma citação simples de Freud, Platão, Descartes (aquele que disse “penso, logo existo”) ou de um comunicólogo-sociólogo-antropólogo-pensador qualquer. Junto com tantas outras coisas, isso me fazia desejar viver num lugar em que ter gosto pelo o que é realmente bom não era visto como “coisa de gente besta”. Pois é, e justamente aqui eu faço coisa de gente besta, e intitulei o meu sábado como o dia de ser besta-fresca-metida-nerd e, copiando o slogan do Mc’Donalds, AMO MUITO TUDO ISSO!

Quer ver como é besta? Comecei o dia, bem tarde, conversando com os meus vizinhos. Detalhe que eu amo, o que separa os nossos jardins e quintais é uma grade baixa com 1metro de altura. Sabe aquela coisa de cumprimentar as pessoas, contar algo divertido, uma novidade, desejar um bom dia e pronto? Besta, mas tão bom quando você consegue conversar com alguém que mora ao seu lado que não seja: é, está quente; ou, vai chover; ou algo sem “nada a ver” somente porque as relações pessoais são distantes.

Depois, sempre com a bicicleta, fui tomar um bello cappuccino com uma brioche recheada de amêndoas na padaria/caffeteria próxima a minha casa. Lá coloquei minha leitura do noticiário em dia (o italiano está em desespero com a queda das bolsas de valores, novamente) e observei como o lugar estava movimentado com presença de pessoas jovens, adultos e grupos de velhinhas que colocavam a conversa em dia. Saí da padaria já com o pão que farei minhas bruschettas para esta noite. Deixei o pão em casa, e hora de pedalar pelos lugares que gosto de ir. Claro que, como já era tarde, terminei minha pedalada no centro de Treviso, no mercado, e fiz um brunch na Tavernetta Butterfly que tem uma ótima cozinha com base no peixe. Leia os comentários aqui. O lugar é sempre cheio. Você escolhe o que quer comer, eles colocam num pratinho e se come sobre o balcão ou na calçada. Dentro, ainda tem um restaurante muito bem freqüentado. São simplesmente maravilhosas as bruschettas, os espetinhos fritos, os sanduíches, a seleção de prosecco e vinhos. Hoje escolhi 3 bruschettas: de bacalhau na manteiga, de salmão, e tomate com fileto de Alice. Tudo acompanhado de um prosecco. Nota 10 para o trio com a bebida. Depois pebi uma posta de bacalhau frito. Ficou muito a desejar, não senti gosto nenhum. Zero. Não peço mais.

Voltei para casa. Olha, vou ser muito besta dizendo que o percurso é lindo, mas como o dia me permite ser-lo, então eu digo, o caminho que faço é liiiindo. Ainda vejo alguns patos, marrecos e cisnei pelos córregos que cortam toda a cidade. Restaram alguns que breve partirão em busca de temperatura mais quente visto que o outono já está com a cara na porta.

Uma pequena pausa para colocar em ordem algumas coisas e me preparar para o cinema, depois igreja e... ah, talvez nem faça isso. Não está nada determinado ao certo. O que posso garantir é que até o presente momento sinto que estou no lugar certo, me sentindo uma pessoa normal, que faz o que gosta e, mais importante de tudo, sendo feliz com coisas tão simples. E olha que não fiz nenhuma citação de Freud, ainda! Quem me explica isso?..rs

La vita é bella!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Ahinnnnn

Estava eu, linda, inteligente e magra (hoho), preparando um post sobre "o discurso" (área da comunicação que muito me atrai), e entrando na questão comparação BrasilxItália, quando me deparo com um post sobre pessoas que sabem aproveitar bem a vida sem se apegar a "isso é melhor que aquilo". Simplesmente perdi o interesse, por enquanto, de usar o meu conhecimento de sociologia, antropologia, comunicação e politica social para escrever sobre o eterno debate do "aqui é assim e lá assado ou este é melhor que aquele". Até porque, no post que li sobre aquelas pessoas bacanas, eles estavam mais interessados em brindar à vida, ao amor e à felicidade sem se importar se o vinho era italiano, chileno ou argentino. Para eles, bastava que fosse realmente bom para o paladar apurado deles (e que se dane o mundo que pense o contrário). No final, uma declaração de amor à esposa aniversariante. Aqui entra o meu momento brega, romântico (ok, já dei a cara à tapa antes ao assumir este meu lado) e completamente "ahinnnnnn".
Sendo redundante ao post anterior, o que importa é ser feliz.
E toca a vida!

domingo, 4 de setembro de 2011

Música do dia: Vivere, Vasco Rossi

Ser feliz incomoda os infelizes (invejosos) principalmente quando a felicidade é vivida de forma tão simples que parece até uma besteira. Sou muito feliz apesar de viver momentos tristes e, por vezes, até longos. Mas sou feliz e luto todos os dias por isso. É fácil? Não, mas aprendi algumas coisas que vou dividir com vocês, meus cinco leitores!

1. Eu me amo e tenho orgulho da pessoa que me tornei;
2. Conheceço as minha qualidades e sei que posso ir longe com elas;
3. Não me levo tão a sério. Sei que falho e posso pisar na bola como qualquer pessoa;
4. Conheço quase todos os meus defeitos e entendi que eles fazem parte de mim assim como as minhas qualidades. Procuro melhorar os que posso, os que não consigo eu trabalho uma qualidade para compensar na balança, mas entendi que eles não são meus inimigos os quais devo combater até a morte pois seria uma guerra contra mim mesma;
5. Sou positiva na vida.

Não entendeu nada deste post? Ok. É apenas uma forma de dizer a mim mesma que vale a pena ser feliz sem me incomodar com as frustações alheias.

E para finalizar, um música de Vasco Rossi, Vivere, que fala justamente sobre isso.


Una buona settimana a tutti!