sábado, 23 de julho de 2011

Carta

Ciao Cláudia,

O tempo tem passado com tanta rapidez que mal me dei conta que não te escrevo há alguns meses. São tantas coisas acontecendo, mas ao mesmo tempo tudo correndo como tinha pensado. É interessante observar o fluxo natural da vida e a sua normalidade como se aquilo fosse como as ondas de um mar calmo. Neste momento tenho vivido o tão esperado momento de calmaria que tanto desejei. E tudo começou na Páscoa em que tive coragem de olhar no olho do furacão e admitir para mim mesma uma verdade que recusava aceitar. Depois veio a “volta à realidade” de que existem tantas coisas boas e belas a serem vividas, e, o melhor de tudo, o desejo real de vivê-las.

Calar e ouvir. Regra importante, mas difícil para uma pessoa, que como diz uma amiga, comeu língua de papagaio quando criança. E foi ouvindo que soube de uma história linda, daquelas que fazem os olhos brilharem e o sorriso aparecer fácil no rosto.

Cláudia, foi ali que vi que estava já alguns passos da saída do túnel que tenho, ou tinha, peregrinado por mais de um ano. Esquecer um grande amor é tão difícil quanto manter-lo. E é necessário se despedir, algo que acontece duas vezes neste processo. A primeira é a despedida do ser amado, tão cruel e dolorido que parece uma guerra contra si mesmo. Você sabe do que estou falando, né! A outra despedida é quando já não existe mais a pessoa, mas sim a lembrança e saudade de uma história vivida na qual nos apegamos como um bote salva vidas. Quando se consegue se despedir desta última, ecco, final da história, é à saída do túnel. Acredito que faltam apenas dois passos para sair completamente dele.

Não sei o que acontecerá neste percurso até que eu chegue onde você está hoje, me lendo. Acredito que esteja mais sábia, realizada e prudente. Mas se posso deixar um registro de coisas importantes que me ajudaram neste percurso, e assim se lembrar sempre que for preciso, te direi:

Lembre-se da Geórgia, melhor usar a net na recepção que no quarto; Reciprocidade precisa ser uma constante num relacionamento; e, preserve o que há de mais belo ao invés de trabalhar o negativo. Isto evita o caminho da frustração e amargura pessoal.

Obrigada por me ler. Acho que você também desejava esta notícia.


Saudosamente, Cláudia.

sábado, 2 de julho de 2011

Música do dia: Il Mio Amore Unico


E para finalizar as postagens de hoje vos deixo a música do dia, por Dolcenera, uma jovem cantora com uma voz potente e envolvente.

Arrivederci!

Das comparações Brasil x Itália

Sempre fiz duras críticas a alguns maus hábitos de higiene italiana como o fato da mesma mão que pega o pão também recebe o dinheiro no caixa da padaria. Esta semana, no entanto, eu fui chamada a atenção pela falta de higiene brasileira com a venda de carnes. Uma italiana falava do seu amor pelo Brasil, do clima, das pessoas, da alegria etc., mas não deixou escapar que ficou horrorizada de como a carne é exposta nos mercados (feiras). Ri e concordei. É o tipo de coisa que não dá para dizer que não é bem assim.

É isso mesmo, no Brasil as pessoas compram carne nas feiras aonde moscas sobrevoam, tem poeira de tudo quanto é lado, gente passando de baixo para cima e ali do lado ainda tem porco, pato e galinhas vivas para serem vendidos. Sem contar que o chão em volta é uma nojeira. Nem quis explicar que no Brasil existe o hábito de lavar a carne antes de prepará-la. Do lado de cá ninguém ia entender isto visto que o controle de higiene, com as carnes, é altíssimo, as pessoas compram a parte que desejam prontos para o preparo. Explicam que lavar a carne antes tira o gosto.

Alias, o preparo desta comida é algo diferente do que conhecemos no Brasil. Nada de colocar sal ou algum tempero antes para pegar sabor. A carne por estes lados não são saborosas como as nossas, talvez venha daí a despreocupação em não lavá-las antes do preparo, e aqui se gosta de sentir o gosto delas. Então, um simples bife é colocado na panela com pouquíssimo óleo para uma cotura breve, nada de tostar, quase ao sangue e somente quando está no prato é que coloca sal e temperos. Para dizer a verdade eu gosto.

Já que estou falando de comida, semana passada fiz bruschettas de pomodoro e basilico. Boooommmm. Também fiz brigadeiro para o aniversário de um dos meninos que trabalho. Fui aplaudida pela delícia preparada.

Hoje, depois de voltar da feira, preparei meu almoço: sardinhas assadas (com um fio de azeite, orégano e sal) e batatas com salsinha. Como fruta, melão.

E agora é descansar um pouquinho, esperar o sol abaixar e ir ver o Saldi, nada mais é que a liquidação que todas as lojas fazem para queima de estoques, que começa hoje. Tem data para começar e acabar. É a época justa para comprar aquilo que estava com os preços nas estrelas.

Se fosse para resumir o que sinto neste momento eu diria: Amo muito tudo isso.

Ciao a tutti e a doppo!