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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ferrara, Città del Rinascimento - III (FINAL)

Os meus cinco leitores sabem que eu gosto de me sentir livre nos meus roteiros, apesar de serem perfeitamente planejados, e sair andando sem rumo pelas ruas e becos dos lugares. Eu gosto de me perder e me surpreender com o que está fora do script. E a parte da tarde eu usei justamente para conhecer uma Ferrara sem mapa. Foi justamente assim que encontrei uma osteria escondida enquanto andava em direção ao Palácio dos Diamantes. Pequena e quente, localizada em frente à Igreja de Jesus, o restaurante tinha um cardápio simples, mas que me serviu uma especialidade local, o cappellacci com creme de leite e rúcula. Só para explicar, o nome é este mesmo e diferencia dos “primos” cappelletti porque o recheio é de abóbora e queijo parmesão (coisa de italiano que, se muda algo numa receita então é outra coisa e tem que ter outro nome). Como se diz por aqui: ho mangiato da Dio! Para acompanhar: água fresca, merecida pois o calor era digno de solo tropical, e um caffè para finalizar (não podia faltar).

Satisfeita com a delícia da mesa local (que mais uma vez me fez associar à Minas Gerais) fui andar despretensiosamente, e assim eu descobri o gueto judeu existente desde os primeiros moradores da cidade. Fechei o olho e me senti dentro de um filme. Podia sentir o barulho das carroças passando, o cheiro do esterco e esgoto, as pessoas andando. Talvez, quem sabe, prostitutas abordando possíveis clientes, criança correndo atrás de cachorro, homem bêbado na rua. Sim, sou muito fantasiosa e isso conta na hora de fazer uma viagem como esta. Melhor mostrar com imagens e tentar explicar cada coisa. Tentar! Já ia esquecendo: Ah eu com uma Nikon D90!


Cara de quem vai voltar!
De comer de joelhos: cappellacci de abóbora ao molho de creme de leite e rúcula


Próximo ao Duomo, uma das entradas medievais da cidade.


Em um beco qualquer.




Gueto judeu

Igreja de São Paulo
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E, pode ser que amanha faço outra viagem bate-volta. Destino: Mantova!
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Ciao a tutti!

Ferrara, Città del Rinascimento - II

Voltando ao Castelo Estense, pela rua de trás, está o Duomo, sec. XII, que em sua fachada tem uma profusão do estilo gótico e romântico com relevos representando cenas do Juízo Universal. Na frente, dois leões em mármore rosa fazem a guarda espiritual dos visitantes. A beleza da catedral é ainda maior no seu interior com pinturas de São Pedro e São Paulo, A virgem no céu com santa Bárbara e Catarina, esculturas do século 1400 entre outras preciosidades não captadas pelas fracas lentes da minha máquina fotográfica (*).

Já em frente ao Duomo está o Palácio Municipal com seu portão imponente que possui duas colunas adornadas com estátuas. Uma do marquês Niccolò III no cavalo e, a outra, do duque Borso d’Este no trono.


Ao lado do Duomo está a Praça Trento e Trieste, antigamente chamada praça das ervas, e foi por muitos séculos o principal mercado da cidade. É interessante notar no local que tem pequenos casebres construídos como se fossem um “puxadinho”. Ao observar o lugar pensei que daqui ha 500 anos os barracos brasileiros vão ser visto como uma importante arquitetura de nosso tempo (brincadeira)! Junto a este aglomerado está o campanelo do Duomo numa torre rosa e branco que se destaca na paisagem plana da cidade.

Ferrara, Città del Rinascimento - I

Domingo coloquei o pé na estrada para fazer uma das coisas que mais gosto, viagem bate-volta. Desta vez a escolhida foi Ferrara que da tanto já tinha vontade de conhecer. Sempre que passava de trem pela cidade a sua cor de tijolinho me despertava a atenção. Procurei mais informações sobre o lugar e os muitos adjetivos para a culinária local me convenceram a partir, leia-se pecado da gula. Reconhecida pela UNESCO, em 1995, como “Cidade do Renascimento”, Ferrara é uma daquelas surpresas italianas que infelizmente passam despercebidos aos olhos dos turistas menos atentos. Localizada na região da Emilia Romagna, somente 1h30 de distância partindo de Venezia, possui um centro histórico renascentista intacto onde é possível notar os primeiros projetos de planejamento urbano daquele período e que influenciaram os séculos seguintes. Soma-se a isso, além da culinária maravilhosa, italianos sempre sorridentes. Pronto, me senti como se estivesse em Minas Gerais, passeando por aquelas cidades esquecidas pelo mundo, tranqüilas e com aroma da cozinha saindo pelas janelas! Por onde passava eu pensava, lamentosamente: Ah eu com uma Nikon D90! (*).

Os primeiros registros da cidade são do sec. VII d.C., e vários príncipes governaram a região que foi uma das mais influentes e ricas da Itália. A mais importante de todas foi a dinastia d’Este que deixou forte legado com os seus castelos e fortes. A família subiu ao poder no final do sec. XIII até XVI quando foi obrigada pelo Papa a se transferir para Modena.

O Castelo Estense è o principal cartão postal da cidade. Construído por Niccolò II d’Este, após uma revolta popular, que entendeu ser necessário erguer uma fortaleza para proteger sua família. A construção é tudo o que eu tinha no meu imaginário sobre um castelo medieval (*): ponte movediça, foço, prisão e sala de tortura, cozinha com vários fornos, passagem secreta subterrânea para o edifício militar (hoje, Palácio Municipal) etc. Séculos mais tarde o castelo se transforma em residência da corte e, no Renascimento, transforma-se em um espaço luxuoso com as obras de vários pintores e artistas. Quem escolhe visitar o interior não corre o risco de sair com um torcicolo já que a administração disponibilizou grandes espelhos no chão que refletem pinturas do teto. Bela idéia!


Espelhos para ver as pinturas do teto!

Saí de lá para conhecer o Palácio dos Diamantes que fica alguns metros dali, mas no sentindo oposto que eu faria mais tarde. Projetado por Biagio Rossetti, o edifício recebe este nome devido os 8.500 blocos de mármore branco e rosa como se fossem pontas dos ângulos de diamantes. Hoje é um museu de arte moderna além de manter mostra contínua de obras de principais artistas renascentistas. Não entrei no palácio mas dava para ver que se preparavam para a próxima mostra A Paris de Modigliani, Picasso e Dalí, que começa no dia 11 de setembro.



sábado, 25 de junho de 2011

Dicas de viagem

Inquieta com o desejo de viajar comecei a vasculhar neste universo da net e me deparei com duas oportunidades de viagens muito interessantes, dentro da Itália ou para Alemanha, Suíça ou Austria, que resolvi compartilhar com o meu público de cinco pessoas.
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A primeira é a promoção do cartão de vantagens Cartafreccia que permite viajar nos sábados com 50% de desconto. A oferta vai até o dia 27 de agosto e é válida para todos os trens da Trenitalia e a passagem com desconto pode ser comprada até a sexta-feira anterior. O cartão é gratuito e basta ir no site e preencher os dados. Na prática eu tentei comprar um bilhete pela net e nao consegui nenhum desconto. Na bilheteria da estação eu descobri que tem quantidade de vagas com desconto, portanto, quanto mais cedo comprar mais chances têm.
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A segundo foi uma surpresa das boas. Descobri a companhia alema-austríaca que atua na Itália, a OBB-Italia. Pelo site é possível comprar passagens muito mais em conta para ir aos dois países com preços mais vantajosos que os da Trenitalia. Ah, e tem as ofertas atuais que são verdadeiros descontos. Quando olhei a passagem para Austria (Villach-Klagenfurt), saindo de Udine, sai por apenas €9. O mesmo valor que pago para ir a Verona!

Outra companhia, ou que atua junto com a OBB (nao entendi direito), que faz Austria e Alemanha é a BAHN. Esta tem uma interessante proposta de ofertas do tipo, atualmente oferece descontos para quem quer ir a Wurzburg, cidade alemã que ha mais de 90 anos realiza o mais antico Festival di Mozart da Alemanha e um dos mais importantes do mundo. Gosta de música e quer acrescentar mais cultura na viagem além dos museus? Então fica a dica e olhar o site. Juro que não estou sendo paga pelas empresas. Simplesmente achei bom e desejei compartilhar com o meu público.
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Baci

sábado, 30 de abril de 2011

Minha Páscoa tirolesa

Vista da janela do trem, caminho para Brunico

Duomo de Trento

Em um dos jardins de Merano

A minha Páscoa foi ótima. Consegui reunir tudo o que eu gosto em apenas três dias: conheci uma nova amiga (Geórgia), revi outra amiga (Cláudia), juntas agradecemos a Deus por aqueles momentos, flertamos com os controladores de trem, conheci novas cidades, fiz muitas fotos (clique AQUI para ver o meu àlbum web Picasa), fiquei encantada com os Alpes italiano e fiz novos planos para minha permanência na Itália!

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Não sei como foi o feriado de vocês, mas o meu foi maravilhoso. Aqui os dias festivos vão até a segunda-feira quando termina as comemorações com a Pasqueta. Aproveitei esta oportunidade para finalmente conhecer Bolzano, cidade que fica no Alto-Adige. Esta região é diferente das demais da Itália. Por ter sido agregada ao território bem mais tarde, antes fazia parte do império da Áustria, a cidade tem uma arquitetura completamente diferente. Alias tudo é diferente. Já pela janela do trem é possível notar as diferenças pelas paisagens tirolesas: pasto verde, uma casinha no meio do nada cercada de flores, e em volta as montanhas cheias de árvores de pinho. As montanhas são um espetáculo a parte. Do centro da cidade é possível admirá-las. No inverno, dizem, o cenário é cinematográfico. Além das paisagens que me encantaram, os moradores pareceram muito próximos e bem mais simples que os da esnobe Treviso. Várias vezes eu vi, pela cidade, habitantes vestidos com costume tirolês. O centro é pequeno, as ruas estreitas e as casas me lembravam os livros de colorir quando eu era criança. Ah, e o cappuccino é perfeito! Outra particularidade que me agrada muito são as oportunidades de trabalho que existem por lá. Diferente das demais regiões da Itália, pouco importa de onde você veio ou quem é, importa somente sua competência para conseguir um bom trabalho. Quem tem curso superior é sempre bem vindo nesta região. E a Comune oferece vários incentivos sociais aos moradores.

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Merano e Burano – Duas cidades que vão ficar na minha memória pela beleza dos jardins. Um espetáculo. Não consigo descrever o que é aquilo. A foto do começo do post foi feito em Merano e dá para explicar um pouco do que falo. Ah, e a pasticceria é muito boa. Comi um bolo divino por aqueles lados de lá.

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Trento – Cheguei lá achando que não iria gostar devido a opiniões de outros. Ledo engano. Amei. Começando pelo cenário já descrito anteriormente: para aonde se olha é possível ver as montanhas verdes circundando a cidade e algumas cachoeiras (juro!), a praça central é linda (é onde fica o Duomo aonde aconteceu o famoso Concilio de Trento em 1545), nível cultural altíssimo e riqueza histórica, além de uma universidade de renome. Não comi nada regional mas não importa, as lembranças mais marcantes estão na minha memória.

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Bem, deixo a dica de quem vai para esta região. É possível fazer tudo em três dias. E para as mulheres deixo uma dica-colírio: prestem atenção nos controladores de trem desta região pois são LINDOS! Beleza de limpar os olhos e fazer sonhar.

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E como foi o seu feriado?

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Ciao a tutti!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Trieste, uma cidade emoldurada pelo Mar Adriático

Obs.: Preparem-se pois o texto é longo e o Blog não me deixa colocar fotos. O próximo post serão apenas de imagens dos lugares onde estive.

Trieste, a cidade nórdica da latina Itália. Em outra definição, como diria um amigo, é como um pedaço de torta caída indevidamente entre os seios de uma mulher, ou seja, deliciosamente provocativa e totalmente fora do lugar.

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Localizada na região de Friuli Venezia Giulia, ao norte da Bota, a cidade não lembra os demais pontos turísticos italianos. O que é muito bom! Pertencente aos domínios da Áustria até a primeira guerra mundial, Trieste possui uma arquitetura primorosa inspirada no estilo Art Nouveau que faz a alegria dos fotógrafos apaixonados por detalhes. Os edifícios, com seus telhados verdes e esculturas de ferros e pedras, refletem o esplendor aristocrático de uma época em que teve princesa Sissi como um de seus personagens. Outro detalhe que saltam aos olhos são as vias principais largas, ladeadas por postes inspirados no estilo acima e que parecem que foram trabalhados artesanalmente.

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A natureza também premiou Trieste. Chegar à cidade de trem é um caso de amor a parte. Devagar, enquanto vai descendo a encosta do rochedo somos premiados com as águas cristalinas do Adriático que abraça toda a cidade. Observar da montanha, a cidade lá embaixo, emoldurada pelo azul do mar e pontilhado de pequenos barcos à vela, é estar diante de um dos mais belos cartões postais que Trieste oferece a quem chega.

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Ao fundo, e em qualquer ângulo, se vê o porto. Este tem uma grande influência no caráter dos triestinos que, mantendo a elegância e beleza do norte da Europa, são receptivos e extremamente cordiais.

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Ok! Já observaram que me apaixonei pela cidade e, sim, eu quero morar lá. Mas a pergunta que é: vale à pena fazer turismo em Trieste? (Porque, se for para conhecer uma cidade nórdica é melhor ir diretamente à Viena!). Elementar, meu caro Watson! Trieste tem muito para ver e é perfeita para uma lua de mel ou passeio com família.

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Vou deixar os relatos de onde eu fui. Adianto que acabei com a bateria da máquina no primeiro dia e, esquecida, não trouxe o carregador comigo. Outra coisa, andei tanto no primeiro dia que meu menisco reclamou. Resultado: pensando nos 500 degraus da Grotta Del Gigante que eu tinha que encarar, não fui! Tudo bem, já tenho um ótimo motivo para voltar lá.

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Comecei o passeio pelo calçadão que acompanha o mar, da Riva Ter Novembre até N. Sauro, observando mais a arquitetura e a água cristalina do Adriático. O vento quase me carregava mas tive a companhia do sol que esquentou o inicio desta primavera. O som provocado pelas gaivotas não deixava esquecer que estava em uma cidade portuária. Passei pelo Canal Grande que, pensando que sim, não fiz uma foto do lugar. É um pequeno braço do mar que forma uma galeria para pequenos barcos. Já vi vários registros bacanas de lá. Pena que vacilei.

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Próxima parada foi a Piazza della Unità d’Itália. Aberta para o mar, tem um impacto cenográfico incrível. Construída de forma desorganizada em todo o período medieval, no início de 1800 foi demolida e reconstruída com uma fachada harmoniosa e esteticamente condizente ao crescimento econômica do período. No mesmo local se encontra a Fontana dei Quattro Continenti que, com quatro estatuas alegóricas, representa os quatros continentes conhecidos da época: Europa, Ásia, África e América. Próxima a esta tem a coluna em homenagem ao imperador Carlo VI.

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Em torno da praça é cheio de restaurantes, sorveterias, bares e cafeterias ideais para ver a vida passar. Eu, viciada em caffè, não resisti e fui tomar um para carregar as energias para a próxima parada.

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Ali pertinho está o Teatro Romano que é um dos poucos resquícios deste império na cidade. Pequeno, foi descoberto nos anos 30, em uma escavação na cidade. Mesmo assim, é belo e te faz lembrar que está na Itália.

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Enquanto eu ia me apaixonando pela cidade, ia também subindo as vias íngremes e pensava: se eu morasse aqui, falaria mal todos os dias estas subidas! Mas, como tudo tem um lado positivo, quanto mais alto, melhor era o panorama. Desta vez o destino era o Monumento ai Caduti della Grande Guerra que fica como num “pátio” entre o Castello e a Cattedrale di San Giusto. No mesmo local tem resquícios da civilização romana com colunas do foi um fórum e um templo. Perdi horas visitando estas atrações. O castelo bem preservado mostra como era o cotidiano de um senhor medieval. Porém, a fachada da catedral que foi um caso de amor a parte. O que é aquela roda, por onde entra luz na igreja, na fachada? Grande e bem trabalhada dá um impacto na construção de pedras e tijolos antigos.

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Na volta me perdi deliciosamente pelas vias minúsculas. Amo quando isso acontece. E foi assim que dei de cara com a igreja de Santa Maria Maggiore e uma bem pequena, ao lado, chamada San Silvestro. Enquanto batia perna sem direção, apenas seguindo em direção ao mar, via como a população local se comportava. Achei interessante como gesticulam menos e não falam alto como os demais italianos.

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Nesta minha andança acabei na Stazzione Marittima que é o aquário municipal. Apesar de não ter achado impressionante, quem está com criança é uma ótima dica. Saindo do lugar achei uma gelateria que vendia picolé. Matei um pouco a saudade do Brasil. Pena que não era bom como os nossos.

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Hora de me perder novamente entre aqueles prédios lindíssimos. Entrei nas vias comerciais, vi vitrines, encontrei personagens famosos e percebi que também era observada.

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Já eram quase 20h, o cansaço era grande, resolvi ver os últimos raios do sol em um dos bares da Piazza della Unità d’Itália, acompanhada de um Collio e um Panda MARAVILHOSO.

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No dia seguinte, já sabendo que ia ficar na mão com as fotografias, parti cedo para o Castello di Miramare. Inesquecível é a palavra justa para lugar. O mais belo castelo que já vi até hoje. Para chegar até ele é preciso pegar um ônibus que te leva para fora da cidade. Do ponto final, você vai subindo uma ladeira em meio a uma vegetação de costeira. Olhando para trás, se vê uma pequena marina que dá um ar bucólico à região. Para frente, se abre o parque di Miramare. Somente esta recepção já da para imaginar o que espera pela frente. Ainda não é possível ver o castelo, mas basta andar mais um pouco e olhar por uma das aberturas da vegetação e ver a construção de torres brancas. Sinceramente, me faltam palavras para falar deste lugar. Vou deixar apenas as poucas fotos, que consegui fazer, falem por sim. Para completar, havia a mostra “O Beijo” com quadros belíssimos retratando esta demonstração de amor.

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Depois de horas lá dentro, já sabendo que não dava para ir à Grotta, resolvi almoçar no restaurante em frente à pequena marina que citei. Esta viagem foi um presente de aniversário e tinha que incluir um almoço como eu gosto no roteiro. Ordens do presenteador (oh coisa chata, viu.. rs). Enquanto pensava em toda a beleza que tinha visto, na companhia que tive, observava a beleza da região, ouvia uma bossa nova muito boa que vinha do interior do restaurante e me deliciava com um frizzante. O cardápio escolhido: entrada de salmão defumado acompanhado de pães, depois, pasta com mexilhão ao sugo de tomate. E, claro, tudo acompanhado de um Collio.

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Hora de voltar para casa com o coração leve e a certeza que a vida na estrada é o caminho certo para mim. Principalmente bem acompanhada.

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Trieste, eu volto!

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Próxima parada,Trieste!

Castello di Miramare no golfo di Trieste - foto do site

Já fazia muito tempo que eu me programava para ir a Trieste e na última hora cancelava. Esta semana resolvi riscar todos os argumentos do meu questionário de boicotagem e preparar um roteiro para conhecer a cidade italiana neste sábado e domingo. A principio eu pensava em ir somente um dia, depois de ler as atrações do local decidi que dois dias será o suficiente.
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Agora estou aqui prenotando um B&B que está bem cotado no site do Hostel Word e torcendo para que consiga me incluir em uma excursão da Grotta del Gigante. Sempre quis entrar em uma caverna mas nunca tive oportunidade, então esta será a ocasião (cruzando os dedos para que de certo).
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No meu roteiro também estou incluindo o Castello di San Giusto, Castello Miramare, a marina e um giro pelas praças do lugar. Afinal, não poderei ficar sem provar um caffè local. A única coisa que estao me incomodando é a não ter nenhuma indicação de onde comer.
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E, para finalizar, esta será a primeira vez que farei uma viagem na Itália em companhia. Aliás, uma ótima companhia.
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No próximo post detalhes sobre Trieste. Pena que a máquina fotográfica não é uma Ferrari!
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Baci

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Milano, uma deliciosa descoberta!

Vale à pena conhecer Milano? SIM. Centro da moda, design e, também, dos escândalos políticos, a capital italiana oferece uma sorte de oportunidades para os diversos tipos de turistas que invadem o País todo o ano.

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Resolvi conhecer a cidade num final de semana, isto ainda dividindo um dia com o Lago di Como. Quem me conhece sabe que sempre fui resistente a metrópole italiana. Na minha cabeça, para conhecer arte e cultura que fosse nas outras regiões mais interessantes de Itália. Nada de perder tempo a versão italiana, reduzida e mais charmosa, de São Paulo. Fui, vi e quebrei a cara. Ainda bem! Com o pouco tempo que eu tinha me concentrei em conhecer três pontos mais interessantes naquele momento: Castelo Sforzesco, o Duomo e a Galeria Vitorio Emanuele II.
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Duomo: Para mim é a mais bela catedral da Europa depois da Sagrada Família (Barcelona, Espanha). Com uma fachada gótica e várias torres erguidas em placas de mármore, que contam histórias bíblicas, a igreja impressiona. Iniciada em 1386, foram necessários quase quatro séculos para ser considerada concluída. O projeto arquitetado conseguiu impressionar até Napoleão que, após invadir a Itália, deu prosseguimento nas obras que estavam quase paradas. Atualmente, além de ponto turístico, o Duomo oferece uma das possibilidades de ter um belo panorama de Milano.

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Galeria Vitorio Emanuele II: Gostei mais pela arquitetura clássica. O antigo prédio è o mais antigo shopping Center da Europa e concentra as mais importantes grifes italianas e mundiais. Fui, dei uma olhada básica e cheguei à conclusão que vale mais pela arquitetura do que pela proposta em si. Ótimo para quem esta com fome e fazer um pit stop em um dos tantos restaurantes do lugar. Ou, se o espírito è de mochileiro (e o bolso tbem) tem vários bares com propostas de lanches rápidos por menos cinco euro!

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Castelo Sforzesco: Imagine um castelo medieval que serviu como palco de batalhas por vários séculos. Agora acrescente quatro torres e pense que foi influenciado pelo domínio Espanhol, austríaco e napoleônico. Pronto, falamos do maior castelo de Milano, Sforzesco. Entrar por uma de suas portas é como atravessar o tempo e voltar ao passado. Atualmente o castelo abriga exposições permanentes além de inúmeras mostras intinerantes. Quando eu fui havia exposição da obra Madame Butterfly com uma gigantesca estatua da personagem principal em um dos pátios internos.

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Como eu disse, a visita foi rápida e serviu de aperitivo para voltar novamente. Desta vez vou planejar os detalhes para curtir mais. Allora, arivederci!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

É melhor viajar sozinha ou acompanhada?



O ano começou com uma viagem bate-volta a Vicenza. Já conhecia a cidade, que fica à 1h de distancia de Treviso. A primeira vez que fui era para ver a mostra 500 di Andrea Palladio. Acompanhada de amigos, não tive como descobrir a cidade. Vi apenas o básico do básico, isto é, Duomo, Piazza Del Signore e alguns edifícios Palladio. Prometi que voltava para conhecer melhor.

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Pois bem, voltei e aconteceu o mesmo da primeira vez. Encontrei um amigo, almoçamos juntos e, posso dizer, fiz um “cooper” para ver algumas igrejas e palácios. Não entrei nos lugares onde queria entrar, não fiz o que gosto de fazer que é descobrir lugares.

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Observei que quando viajo sozinha, embora não tenha ninguém para comentar sobre uma coisa ou outra, a viagem é melhor aproveitada. Entro onde quero, paro nos lugares que me chamam a atenção, perco tempo até achar um ângulo interessante para uma foto. Mas acompanhada sou praticamente levada. Meu chefe sempre me diz que o melhor é viajar só. Eu discordava; hoje já começo a concordar.

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As melhores viagens que já fiz aconteceram justamente sozinha. Em Verona fiquei horas fotografando o Museu Romano, perdi tempo contemplando o panorama da cidade; em Siena me perdi entrando em negócios de presuntos, queijos e vinhos; em Firenze, me emocionei na Ponte Vecchia ouvindo um dos tantos músicos da noite; em Roma me diverti sozinha com as estatuas do Vaticano, entrando nas vias mais inusitadas que surgiam no meu caminho e pensativa sentada em um das colunas no Coliseu; em Capri andei horas por um caminho difícil somente para gozar da belíssima paisagem. Também fui em alguns lugares com ótimas companhias, como em Lago di Garda e Cortina. Porém, volto a dizer, as melhores viagens foram sozinhas.

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Ah, sobre Vicenza. Tenho pouco a falar mas recomendo muito. A cidade é linda e vale visitar o Teatro Olímpico, a última e grande obra de Palladio. Inspirado nos teatros gregos e romanos da antiguidade tem o seu interior trabalhado com estruturas de fortes medievais. A foto acima é do site. Dêem uma olhada WWW.musericivicivicenza.it.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Roma – 3° e último dia

O dia foi separado para conhecer o Vaticano. Como sabia que era muito concorrido, cheguei às 8h a Piazza San Pietro, fiz algumas fotos e procurei a entrada do Museu. Uns 10 minutos depois descobri que tinha que voltar o quarteirão e contorná-lo. Já tinha uma pequena fila e, como não havia reservado o bilhete, €12, pelo site e assim passar direto, precisei encará-la. Foi rápido. E enquanto esperava passar pelo guichê ouvia uma jovem italiana, 16 anos soube mais tarde, dizer aos seus pais que era pura implicância se não deixasse que ela entrar. Fazendo um raio-x: minissaia e camisetinha. Passou. As francesas, de short, levaram saia para colocar na entrada. Tiveram mais respeito pelas regras do lugar que a primeira.



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O museu é grande. Melhor dizendo, enorme. Têm várias galerias. A primeira é a egípcia. Múmias, sarcófagos, vasos e muitas estátuas. Para quem nunca tinha visto uma exposição da terra dos Faraós, a primeira experiência foi gratificante. Continuei andando pelas alas. Obras gregas com direito a muitas fotos com as estátuas. Sem companhia, resolvi brincar um pouco. Quem passava não entendia o que eu fazia simulando uma briga com César, quase abraçada a um busto de um bello ragazzo de mármore, ou em pose com o leão etc. Sim, eu sei me divertir sozinha. Vejam esta pose de escândalo diante de mais um “homem” nú no Vaticano. Pergunta boba: por que tanto cuidado com o tamanho das roupas dos turistas para um espaço onde o que mais tem é reprodução perfeita de pessoas nuas?


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Mas estava ansiosa para chegar a Cappella Sistina. Demorou muito e comecei a cansar. Passei pela Pinoteca, as Gallerie dei Cadenlavri, degli Arazzi, delle Carte Geografiche e Cortile della Pigna. Entrei num abrigo onde tinha tantas banheiras de mármore e granito que fiquei surpresa. É de pensar que eles gostavam de tomar banho. Uma obra que me chamou a atenção: a estátua de Laocoonte com as serpentes. Diz a lenda que ele foi um astrólogo de Tróia que aconselhou o rei a queimar o famoso cavalo-presente pois não tinha um bom pressentimento. Sugestão não aceita, pois o povo acreditava que era um “regalo” dos deuses para o fim da guerra, Laocoonte jogou-se ao mar onde foi devorado por víboras marinhas. A cena foi entendida como uma punição por rebelar-se contra providencias divinas. Mais tarde, quem sofre com a providência humana, foram os troianos. Lembram da história? Vejam a foto.


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Outra coisa que me impressionou, no meio do caminho, é que visitar o museu do Vaticano é preciso estar disposta a olhar para o teto, paredes e chão. Tudo é pintado, esculpido, detalhado. Sei que cada papa quis deixar a sua marca registrada mas, pensando bem, acho que foram muito extravagantes.

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Finalmente cheguei ao “capo lavoro” de Michelangelo. A sala foi construída por Giovanni De’Dolci e, por muito tempo, foi a capela privada de pontífices e é o lugar onde se reúne a Conclave para a eleição de um novo papa. Conta a história que o artista não queria muito o trabalho pois não se considerava um pintor, e sim escultor, e desejava continuar o monumento funerário do papa Giulio II, jamais finalizado, do qual fez somente Mosé in San Pietro in Vincoli. Contudo, fez e é impressionante. O que era para ser um simples projeto dos 12 apóstolos se transformou no ambicioso Gênesis. Foram necessários quatros anos somente para projetá-la. E, com tudo isso, fiquei apenas 5 minutos lá dentro. Sinceramente sou do tipo de pessoa que depois de cansada não rendo nada. Mas valeu a pena! Mammamia, o que o homem pode produzir com perfeição na arte eu vi naquele lugar. Sem dúvida o Renascentismo foi um período muito especial para a história da humanidade. Sem fotos porque lá dentro é proibido fazer registro. A que eu fiz, escondida, ficou horrível.

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Depois de quase 5 horas saí de lá em busca de um banco para sentar, respirar um pouco e colocar o pé na estrada novamente. Para finalizar, a saída pela escadaria em espiral no estilo anos 30, de Giuseppe Momo.



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Pausa para a parte mais engraçada desta visita. Estava olhando uma das tantas estátuas do lugar e, São Sem Noção tomou conta de mim, resolvi fazer uma foto diferente. Sabe aquelas fotografias onde se coloca um monumento entre os dedos polegar e indicador? Pois, fiz isso com uma estátua de um Apollo nú que tem uma pequena folha de vinha tampando o sexo. Sim, justamente esta parte ficou entre os dedos (sempre me perguntei por que faziam membros tão pequenos assim. Ser modelo naquela época deveria ser humilhante). Havia duas jovens italianas perto de mim e, quando entenderam a minha intenção, soltaram um “porca miséria” e saíram apressadas. Para um senhor, que me olhava de lado dei de ombro, apontei para a obra e disse: poverino, non è vero? (coitadinho, não é verdade?). Até hoje eu tenho crises de riso ao lembrar da expressão das jovens.


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À tarde perdi muito tempo tentando encontrar um correio que enviasse os presentes de meus pais para o Brasil. Lembram que em Agosto quase tudo fecha na Itália? Pois, quase fiquei na mão mas consegui. Do pouco que me restava do dia tentei ver Roma pelo buraco. Não é piada. Do portão da ordem Soberana dos Cavaleiros de Malta, na Piazza Cavalieri di Malta, no Aventino, ao lado da Igreja Santa Maria del Priorato, é possível uma visão panorâmica da cidade. Perdi tempo procurando e não achei. Me garantiram que praça é muito bonita e foi construída em 1765. O curioso é, quando se olha pela "fechadura" pode-se ver 3 países: Itália, Vaticano e a propriedade extraterritorial da Ordem Militar Soberana de Malta, que é a denominação atual da Ordem de São João de Jerusalém, fundada em 1048, na Palestina, por mercadores da antiga República Marina de Amalfi e é uma das mais antigas instituições da civilização cristã ocidental.

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Para finalizar a minha estadia na cidade eterna resolvi fechar com chave de ouro na Piazza Navona. Havia uma pequena confusão num bar que havia sido transformado em set de filmagem. Sim, Julia Roberts esteve ali gravando cena do seu próximo filme. Não, eu não a vi.

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Escolhi provar um spaghetti alle vongole de um restaurante, que não gravei o nome (rs), e era delicioso. Sou apreciadora do bom prato e aquele foi um belo presente para o final do dia. Quem quiser apreciar basta procurar o restaurante que faz apresentação de massas com produtos orgânicos. É fácil localizar. Aproveita e escolha, de entrada, a bruschetta di pomodoro e um espumante de acompanhamento. Finalize com um “esprèsso” italiano. Aviso, a conta é salgada mas o cenário é de cinema e a comida é de primeira.

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Ciao!

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Roma – 2° dia

Senta que lá vem história...
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Comecei o dia cedo. Às 7h30 já estava na rua após um horrível café da manhã no albergue. Uma boa desculpa para tomar um cappuccino num bar. No roteiro do dia priorizei lugares públicos que não seria necessário pagar para ver. Como na jornada anterior tinha andado muito de ônibus e vi muitos pontos interessantes, decidi inseri-los entre as fontes e praças principais do roteiro. Aliás, foi uma descoberta para mim. Andar de metro é muito mais rápido mas impede de ver coisas que estão fora do “pacote”. Esta opção só foi escolhida quando já estava muito cansada ou precisava economizar tempo.

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Primeira parada, Fontana di Trevi. Para uma cidade como Roma, este monumento é bem recente visto que foi construída há pouco mais de 240 anos num projeto de Nicola Salvi. Até ficar pronta foram necessárias três décadas. Impressionante os detalhese beleza das esculturas. As estátuas parecem que tem movimento. Para quem quer vê-la sem uma multidão de turistas em volta, é aconselhável ir bem cedo. A água que mantêm a fonte vem do Arcquedotto Vergine que é outra parte interessante para ver. Basta seguir a pequena via que tem praticamente em frente de Trevi, que me esqueci de anotar o nome, e a poucos passos aparece uma placa informando do lugar. A importância deste está no fato de ter sido construído pelo braço direito do imperador Augusto, Marco Vipsanio Agrippa, em 19 a.C.


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Dalí segui para ver Il Quirinale, o obelisco no ponto mais alto de Roma, construído onde um tempo foi o templo de Quirino e eis a origem do nome.

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Não perdi muito tempo, voltei um pouquinho nas ruas e segui para o Partheon. No meio do caminho a igreja de San Carlo alle Quattro Fontane me chamou a atenção e entrei para ver. Ali cheguei a uma conclusão: naquela época era duro ser artesão pois, do chão ao teto, tudo era pintado!
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Perto, e um pouco depois dalí, encontrei a Coluna de Marco Aurélio toda trabalhada com cenas de guerra. Rica em detalhes bem preservada é um tesouro pouco visitado.


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Enfim o Partheon, templo pagão dedicado a todos os deuses. Construído pelo imperador Adriano é o único monumento romano que permaneceu intacto até os diasde hoje. Um dos motivos é o fato de ter sido o primeiro templo trasnformado em igreja após o convertimento de Roma ao cristianismo.


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A região entorno é bem servida de bares e restaurantes e tem uma fontana que serve de banheira para pombas. Pode acreditar, é muito bonita. Tomar um café ou gelato sentado em um dos quiosques, ou mesmo saborear uma deliciosa insalta caprese, observando o vai-e-vem frenético do lugar é relaxante. Embora, para mim, a experiência foi inversa pois foi justamente onde eu tive a minha primeira briga em italiano com um garçon. Foi o único episódio chato da viagem.

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Pensando que estava indo para a Piazza Venezia (só agora me dou conta que não fui lá) segui até a Chiesa della Minerva onde fiz uma foto muito interessante de outro obelisco (a cidade é cheia deles) de um elefante.



Uma das coisas que gosto de fazer é entrar em ruas que não fazem parte do percurso. Foi assim que me encontrei de frente com um grande pé de uma estátua. Sem nenhuma cerimônia, entrei no sebo ao lado e perguntei do que se tratava. Fui informada que é o que restou do colosso da deusa Isede. Observem como é quase do tamanho de um carro.




Nesta época do ano, em Agosto, os italianos saem de férias e fecham os estabelecimentos. Incrível! Deparei-me várias vezes com uma placa na porta, como esta embaixo, escrito: chiuso per ferie.

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Ali perto estava a Piazza Navona e segui para lá. Entre uma rua e outra me deparei com o que se tornou uma das melhores surpresas desta viagem, o Caffè Sant Eustachio. Viciada em café como sou, aquela bebida quente, perfumada e densa despertou o meu paladar. Não sei descrever o gosto mas sem sombra de dúvida é o melhor café que já tomei na minha vida. Ao elogiar a qualidade da bebida, fiquei sabendo que era produto brasileiro. O meu orgulhou fez surgir um sorriso no rosto que o proprietário, gentilíssimo, parou o atendimento para me fazer conhecer o estoque. Os grãos são provenientes de uma cooperativa de Poço Fundo, sul de Minas Gerais, cultivados organicamente. Além de fazer um produto maravilhoso a cooperativa ainda faz um trabalho social com crianças da região. Saí de lá devorando uma barrinha de chocolate sabor café.

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Depois desta experiência cheguei finalmente na Piazza Navona. Para mim, a mais bela de Roma. Hoje é circundada de edifícios dos séculos 16 e 17, mas na época dos romanos era um estádio construído para uma olimpíada. Um dos atuais edifícios encontra-se a embaixada brasileira com a nossa imponente bandeira hasteada sobre o balcão. A atração principal da praça é a Fontana dei Quattro Fiume que tem o mesmo número de gigantes de pedras representando os maiores rios conhecidos naquela época: Ganges, Rio da Prata, Danúbio e o Nilo. As outras duas, Del Moro e Netuno, são igualmente impressionantes. Naquela hora já havia tantos turistas que não consegui tirar nenhuma foto boa. Mas é preciso ir até o lugar para entender a magia que existe ali. A música tocada por uma banda, o ruído dos restaurantes e as cores dos palácios são capazes de criarem uma atmosfera única.



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Como a ordem do dia era andar, segui para a Piazza e Porta Del Popolo tendo em mente que iria ter um belo por do sol. E, como em Roma, no meio do caminho sempre tem uma igreja, pausa para fotos, mas somente do pátio para não perder a luz do dia nos demais lugares que ainda ia. Detalhe: a piazza era um local de execução pública nos séculos passados. Hoje, uma reunião arquitetônica renascentista, barroca e neoclássica. Entre aqueles monumentos, e mais outras estátua de Netuno, consegui achar um lugar para sentar e descansar. Alguns minutos mais tarde, com o ânimo refeito, era hora de subir a via e ver Roma de um belo panorama. Mais uma vez eu posso dizer, esta é a minha cidade italiana. A claridade solar daquele horário, 17h30, mais a arquitetura e o clima quente, mas agradável, me fez sentir feliz por estar ali contemplando tanta beleza. Olhava a cidade ao fundo e a piazza em primeiro plano e deixava a retina fotografar para o cérebro aquela maravilha criada pelo homem.

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Acabou? Claro que não. Próxima parada, Piazza Spagna. Longa e de forma irregular, tem uma das principais atrações da cidade: la Scalinata di Trenità dei Monti e, ao fundo, a igreja do mesmo nome e outro obelisco. Em volta, tantos casarões antigos e coloridos. Na primavera, as flores nas jardineiras existentes no meio da escadaria transformam o lugar numa verdadeira passarela. Aliás, o lugar respira luxo e grandes estilistas fazem apresentações de suas criações ali. Em frente, tem a via mais VIP do lugar, a Dei Condotti. Grifes como Gucci, Chanel, Max Mara, Salvatore, Valentino, entre tantas outras, estão expostas ali. Também tem o famoso Caffé Greco. O lugar é refinado e tem ótima apresentação. Entrei, provei e não achei nada demais. Depois do Sant Eustachio vai ser difícil.

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Os pés já davam sinais claros de cansaço, mas o dia não tinha acabado. Descendo a famosa via encontrei um artista de rua. Ele reproduzia com giz e os dedos uma pintura que mantinha perto. Já tinha visto algo em Firenze, mas este conseguiu ser muito preciso na arte. Algo interessante: ao lado da pintura tinha um “informativo” apontando a direção dos principais pontos turísticos da vizinhança.


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Seguia para Castel Sant’Angelo. A caminhada foi boa, mas pude ver o Palazzo di Giustizia e fazer fotos na Ponte Umberto I. Até chegar ao meu objetivo fui contemplando Trastevere do outro lado do rio Tevere. A noite, o lugar se torna um dos points mais badalados de Roma.


Cheguei ao meu destino extremamente cansada o que me fez aproveitar pouco a visita. Usei a minha última opção do RomaPass. Castel Sant’Angelo é imponente e foi construído como o mausoléu do imperador Adriano, mas com os anos teve várias finalidades: fortaleza, prisão, refúgio papal, caserna e palácio de festa. Para chegar é preciso atravessar uma ponte que dispõe 14 estátuas sacras. Sobre o castelo tem uma escultura do arcanjo Miguel que foi posta, no século VI, após o papa Gregório Magno pedir ajuda divina para livrar a cidade da peste. Conta-se que, direto do Vaticano, ele viu o anjo com a sua espada sobre o monumento. Era um sinal que a mortandade estava no fim. Depois disto passou a ser conhecido com o nome que tem hoje.

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Final do dia. Voltei ao albergue tomar um banho, comer algo e dormir. O dia seguinte começaria cedo!

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Obs.: para fazer os trajetos deste dia eu usei o metrô para economizar tempo. Mesmo assim, andei muito de alguns pontos ao outro. Resultado: precisei comprar analgésico para alivar as dores nos pés antes de dormir.

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Ciao!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Roma - 1° dia

É difícil começar um texto depois das férias sem lembrar-me das redações escolares. Dá até saudades.. das férias, vamos deixar claro!

Nunca imaginei uma cidade que poderia mexer tanto comigo como Roma. A cidade eterna me hipnotizou. Chegando no hotel eu tinha pensado de me sistemar primeiro, escolher qual seria o roteiro do dia e então sair e desbravar os monumentos, mas como os quartos do albergue ainda não estavam liberados, deixei minha pesada mochila na recepção e comecei o meu passeio pelo Coliseu.

Da estação Termini fui descendo a via Cavour e absorvendo o clima da cidade. Pausa para um pedaço de pizza, aquisição de um chapéu para suportar o sol quente e fotos da Igreja Santa Maria Magiore.

As cores e os prédios antigos, contrastando com o azul celeste do céu, chamavam tanto a minha atenção que simplesmente passei desapercebida em frente da basílica de San Pietro in Vincoli onde está a famosa estátua de Moisés, de Michelangelo. Peccato.

Na cabeça só tinha um pensamento: chegar na maior arena de espetáculos da era romana. Ver a quantidade de turistas na frente dos portões me fez sentir feliz por ter comprado o RomaPass, €23, ainda na estação. Passei rapidinho pela bilheteria deixando para trás uma fila quilométrica de pessoas. Senti-me tão esperta.. rs. (Dica do Ricardo Freire que valeu muito a pena).


O tamanho do Coliseu me impressionou. As colunas derrubadas, os arcos, as galerias. Senti um misto de euforia e tristeza. A primeira por conhecer a história* do lugar, a arquitetura e engenharia utilizada, a genialidade de como foi concebido. A última por relembrar que milhares de pessoas morreram naquele lugar de formas mais monstruosas possíveis. Não consegui sair de lá rápido. Quase 4h depois, consegui convencer o cérebro que era preciso conhecer outros pontos turísticos.

Fotos no Arco de Constantino, Parco di Traiano e descobrir que Roma está cheia de esculturas do artista Jiménez Deredia. As obras, em forma de mulheres gordas, lembram Botero. Posso dizer que o contraste do moderno com o antigo me agradou e muito.

Foro Romano e o Palatino foram as próximas paradas onde eu pude usar, novamente o RomaPass, sem gastar mais dinheiro. Santo cartão! Ajudou-me a evitar o falimento. Com ajuda de um audioguida, €6, vi como os imperadores viviam. A casa de Augusto é impressionante. Difícil é entender que era preciso construir uma casa para a esposa Livia ao lado da sua. No mesmo sítio arqueológico tem o Arco di Tito, Templo di Apollo, Arco di Severo, Templo di Cesare, Via Sacra etc. Constatei que a falta de sinalização nos monumentos faziam com que os turistas passassem por estes sem entender do que se tratava. Eu mesma tive dificuldades para identificar o lugar onde César foi cremado e, depois, construído um templo. Por causa desta falha ouvi de alguns turistas que tudo aquilo era um monte de pedras.

Os pés já começavam a reclamar mas ali perto estava a Piazza Del Campidoglio que merecia ser conhecida. Final da noite e era hora de voltar ao albergue, descansar um pouco e depois sair para comer. Ainda não tinha aprendido que só volta ao hotel na hora de dormir pois se perde muito tempo. Pensava em ir a Piazza Navona mas acabei na Piazza Campo dei Fiori. Entrei na pizzaria Il Stragnero, só pelo nome não deveria ter entrado, e, entre o primeiro atendimento ao momento de comer a minha pizza margherita, €9, passaram 45minutos. Não recomendo apesar da qualidade do pasto. Esperar tanto me dá nos nervos.

Na hora de voltar ao hotel, uma passada numa gelateria da vizinhança. Já era hora de dormir pois o dia seguinte começaria bem cedo! Mas isso fica para o próximo capítulo.

Ciao!



* O Coliseu foi construído, no ano 78 d.C, por um "arquiteto" chamado Gaudêncio. O seu nome simplesmente não aparece nos livros de história e nos relatos de Roma porque ele se converteu ao cristianismo e acabou sendo morto na arena de sua grande obra. Assim, foi riscado dos registros oficiais após a sua conversão.