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segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ferrara, Città del Rinascimento - III (FINAL)

Os meus cinco leitores sabem que eu gosto de me sentir livre nos meus roteiros, apesar de serem perfeitamente planejados, e sair andando sem rumo pelas ruas e becos dos lugares. Eu gosto de me perder e me surpreender com o que está fora do script. E a parte da tarde eu usei justamente para conhecer uma Ferrara sem mapa. Foi justamente assim que encontrei uma osteria escondida enquanto andava em direção ao Palácio dos Diamantes. Pequena e quente, localizada em frente à Igreja de Jesus, o restaurante tinha um cardápio simples, mas que me serviu uma especialidade local, o cappellacci com creme de leite e rúcula. Só para explicar, o nome é este mesmo e diferencia dos “primos” cappelletti porque o recheio é de abóbora e queijo parmesão (coisa de italiano que, se muda algo numa receita então é outra coisa e tem que ter outro nome). Como se diz por aqui: ho mangiato da Dio! Para acompanhar: água fresca, merecida pois o calor era digno de solo tropical, e um caffè para finalizar (não podia faltar).

Satisfeita com a delícia da mesa local (que mais uma vez me fez associar à Minas Gerais) fui andar despretensiosamente, e assim eu descobri o gueto judeu existente desde os primeiros moradores da cidade. Fechei o olho e me senti dentro de um filme. Podia sentir o barulho das carroças passando, o cheiro do esterco e esgoto, as pessoas andando. Talvez, quem sabe, prostitutas abordando possíveis clientes, criança correndo atrás de cachorro, homem bêbado na rua. Sim, sou muito fantasiosa e isso conta na hora de fazer uma viagem como esta. Melhor mostrar com imagens e tentar explicar cada coisa. Tentar! Já ia esquecendo: Ah eu com uma Nikon D90!


Cara de quem vai voltar!
De comer de joelhos: cappellacci de abóbora ao molho de creme de leite e rúcula


Próximo ao Duomo, uma das entradas medievais da cidade.


Em um beco qualquer.




Gueto judeu

Igreja de São Paulo
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E, pode ser que amanha faço outra viagem bate-volta. Destino: Mantova!
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Ciao a tutti!

Ferrara, Città del Rinascimento - II

Voltando ao Castelo Estense, pela rua de trás, está o Duomo, sec. XII, que em sua fachada tem uma profusão do estilo gótico e romântico com relevos representando cenas do Juízo Universal. Na frente, dois leões em mármore rosa fazem a guarda espiritual dos visitantes. A beleza da catedral é ainda maior no seu interior com pinturas de São Pedro e São Paulo, A virgem no céu com santa Bárbara e Catarina, esculturas do século 1400 entre outras preciosidades não captadas pelas fracas lentes da minha máquina fotográfica (*).

Já em frente ao Duomo está o Palácio Municipal com seu portão imponente que possui duas colunas adornadas com estátuas. Uma do marquês Niccolò III no cavalo e, a outra, do duque Borso d’Este no trono.


Ao lado do Duomo está a Praça Trento e Trieste, antigamente chamada praça das ervas, e foi por muitos séculos o principal mercado da cidade. É interessante notar no local que tem pequenos casebres construídos como se fossem um “puxadinho”. Ao observar o lugar pensei que daqui ha 500 anos os barracos brasileiros vão ser visto como uma importante arquitetura de nosso tempo (brincadeira)! Junto a este aglomerado está o campanelo do Duomo numa torre rosa e branco que se destaca na paisagem plana da cidade.

Ferrara, Città del Rinascimento - I

Domingo coloquei o pé na estrada para fazer uma das coisas que mais gosto, viagem bate-volta. Desta vez a escolhida foi Ferrara que da tanto já tinha vontade de conhecer. Sempre que passava de trem pela cidade a sua cor de tijolinho me despertava a atenção. Procurei mais informações sobre o lugar e os muitos adjetivos para a culinária local me convenceram a partir, leia-se pecado da gula. Reconhecida pela UNESCO, em 1995, como “Cidade do Renascimento”, Ferrara é uma daquelas surpresas italianas que infelizmente passam despercebidos aos olhos dos turistas menos atentos. Localizada na região da Emilia Romagna, somente 1h30 de distância partindo de Venezia, possui um centro histórico renascentista intacto onde é possível notar os primeiros projetos de planejamento urbano daquele período e que influenciaram os séculos seguintes. Soma-se a isso, além da culinária maravilhosa, italianos sempre sorridentes. Pronto, me senti como se estivesse em Minas Gerais, passeando por aquelas cidades esquecidas pelo mundo, tranqüilas e com aroma da cozinha saindo pelas janelas! Por onde passava eu pensava, lamentosamente: Ah eu com uma Nikon D90! (*).

Os primeiros registros da cidade são do sec. VII d.C., e vários príncipes governaram a região que foi uma das mais influentes e ricas da Itália. A mais importante de todas foi a dinastia d’Este que deixou forte legado com os seus castelos e fortes. A família subiu ao poder no final do sec. XIII até XVI quando foi obrigada pelo Papa a se transferir para Modena.

O Castelo Estense è o principal cartão postal da cidade. Construído por Niccolò II d’Este, após uma revolta popular, que entendeu ser necessário erguer uma fortaleza para proteger sua família. A construção é tudo o que eu tinha no meu imaginário sobre um castelo medieval (*): ponte movediça, foço, prisão e sala de tortura, cozinha com vários fornos, passagem secreta subterrânea para o edifício militar (hoje, Palácio Municipal) etc. Séculos mais tarde o castelo se transforma em residência da corte e, no Renascimento, transforma-se em um espaço luxuoso com as obras de vários pintores e artistas. Quem escolhe visitar o interior não corre o risco de sair com um torcicolo já que a administração disponibilizou grandes espelhos no chão que refletem pinturas do teto. Bela idéia!


Espelhos para ver as pinturas do teto!

Saí de lá para conhecer o Palácio dos Diamantes que fica alguns metros dali, mas no sentindo oposto que eu faria mais tarde. Projetado por Biagio Rossetti, o edifício recebe este nome devido os 8.500 blocos de mármore branco e rosa como se fossem pontas dos ângulos de diamantes. Hoje é um museu de arte moderna além de manter mostra contínua de obras de principais artistas renascentistas. Não entrei no palácio mas dava para ver que se preparavam para a próxima mostra A Paris de Modigliani, Picasso e Dalí, que começa no dia 11 de setembro.



sábado, 25 de junho de 2011

Dicas de viagem

Inquieta com o desejo de viajar comecei a vasculhar neste universo da net e me deparei com duas oportunidades de viagens muito interessantes, dentro da Itália ou para Alemanha, Suíça ou Austria, que resolvi compartilhar com o meu público de cinco pessoas.
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A primeira é a promoção do cartão de vantagens Cartafreccia que permite viajar nos sábados com 50% de desconto. A oferta vai até o dia 27 de agosto e é válida para todos os trens da Trenitalia e a passagem com desconto pode ser comprada até a sexta-feira anterior. O cartão é gratuito e basta ir no site e preencher os dados. Na prática eu tentei comprar um bilhete pela net e nao consegui nenhum desconto. Na bilheteria da estação eu descobri que tem quantidade de vagas com desconto, portanto, quanto mais cedo comprar mais chances têm.
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A segundo foi uma surpresa das boas. Descobri a companhia alema-austríaca que atua na Itália, a OBB-Italia. Pelo site é possível comprar passagens muito mais em conta para ir aos dois países com preços mais vantajosos que os da Trenitalia. Ah, e tem as ofertas atuais que são verdadeiros descontos. Quando olhei a passagem para Austria (Villach-Klagenfurt), saindo de Udine, sai por apenas €9. O mesmo valor que pago para ir a Verona!

Outra companhia, ou que atua junto com a OBB (nao entendi direito), que faz Austria e Alemanha é a BAHN. Esta tem uma interessante proposta de ofertas do tipo, atualmente oferece descontos para quem quer ir a Wurzburg, cidade alemã que ha mais de 90 anos realiza o mais antico Festival di Mozart da Alemanha e um dos mais importantes do mundo. Gosta de música e quer acrescentar mais cultura na viagem além dos museus? Então fica a dica e olhar o site. Juro que não estou sendo paga pelas empresas. Simplesmente achei bom e desejei compartilhar com o meu público.
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Baci

sábado, 30 de abril de 2011

Minha Páscoa tirolesa

Vista da janela do trem, caminho para Brunico

Duomo de Trento

Em um dos jardins de Merano

A minha Páscoa foi ótima. Consegui reunir tudo o que eu gosto em apenas três dias: conheci uma nova amiga (Geórgia), revi outra amiga (Cláudia), juntas agradecemos a Deus por aqueles momentos, flertamos com os controladores de trem, conheci novas cidades, fiz muitas fotos (clique AQUI para ver o meu àlbum web Picasa), fiquei encantada com os Alpes italiano e fiz novos planos para minha permanência na Itália!

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Não sei como foi o feriado de vocês, mas o meu foi maravilhoso. Aqui os dias festivos vão até a segunda-feira quando termina as comemorações com a Pasqueta. Aproveitei esta oportunidade para finalmente conhecer Bolzano, cidade que fica no Alto-Adige. Esta região é diferente das demais da Itália. Por ter sido agregada ao território bem mais tarde, antes fazia parte do império da Áustria, a cidade tem uma arquitetura completamente diferente. Alias tudo é diferente. Já pela janela do trem é possível notar as diferenças pelas paisagens tirolesas: pasto verde, uma casinha no meio do nada cercada de flores, e em volta as montanhas cheias de árvores de pinho. As montanhas são um espetáculo a parte. Do centro da cidade é possível admirá-las. No inverno, dizem, o cenário é cinematográfico. Além das paisagens que me encantaram, os moradores pareceram muito próximos e bem mais simples que os da esnobe Treviso. Várias vezes eu vi, pela cidade, habitantes vestidos com costume tirolês. O centro é pequeno, as ruas estreitas e as casas me lembravam os livros de colorir quando eu era criança. Ah, e o cappuccino é perfeito! Outra particularidade que me agrada muito são as oportunidades de trabalho que existem por lá. Diferente das demais regiões da Itália, pouco importa de onde você veio ou quem é, importa somente sua competência para conseguir um bom trabalho. Quem tem curso superior é sempre bem vindo nesta região. E a Comune oferece vários incentivos sociais aos moradores.

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Merano e Burano – Duas cidades que vão ficar na minha memória pela beleza dos jardins. Um espetáculo. Não consigo descrever o que é aquilo. A foto do começo do post foi feito em Merano e dá para explicar um pouco do que falo. Ah, e a pasticceria é muito boa. Comi um bolo divino por aqueles lados de lá.

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Trento – Cheguei lá achando que não iria gostar devido a opiniões de outros. Ledo engano. Amei. Começando pelo cenário já descrito anteriormente: para aonde se olha é possível ver as montanhas verdes circundando a cidade e algumas cachoeiras (juro!), a praça central é linda (é onde fica o Duomo aonde aconteceu o famoso Concilio de Trento em 1545), nível cultural altíssimo e riqueza histórica, além de uma universidade de renome. Não comi nada regional mas não importa, as lembranças mais marcantes estão na minha memória.

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Bem, deixo a dica de quem vai para esta região. É possível fazer tudo em três dias. E para as mulheres deixo uma dica-colírio: prestem atenção nos controladores de trem desta região pois são LINDOS! Beleza de limpar os olhos e fazer sonhar.

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E como foi o seu feriado?

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Ciao a tutti!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Mudança de planos

A idéia era ir para Vienna na Páscoa. Tudo planejado, com albergue já escolhido, intinério pronto, promoção de trem no prazo certo, aí os planos mudam e cada vez mais adio a minha ida a esta cidade que me encanta antes mesmo de colocar os pés por lá. É na terra da princesa Sissi que está uma pessoa que conheci na net, a Roberta, e combinamos de nos encontramos em solo europeu. E por quelas bandas tem cada lugar lindo, além de uma história e cultura de fazer primor aos olhos. Quando fui a Trieste, ano passado, fiquei encantada com a influência austríaca na arquitetura local. Tudo diferente doque eu já tinha visto na Itália. Então comecei a pesquisar outros lugares na Bota que fizeram parte do Império Austríaco e descubro que Bolzano está incluso neste mix.
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E daí? Bem, quem não tem cão caça com gato, certo? Então eu vou pra lá neste feriado (que aqui vai até segunda com a Pasqueta). Bati o martelo com o convite de uma amiga que vai me hospedar. Achei pouca informação nos guias sobre a cidade mas segundo esta amiga é para tirar o esteriótipo italiano da cabeça e me preparar para ver os Alpes da Itália que mais parecem a Bavária. Aliás, a região é fortemente ligada não apenas a Austria como também a Alemanha e Suiça, e o idioma falado é justamente italiano e alemão.
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Estou super animada pois as referências são animadoras. Ah, somente para me antecipar, é provável que, após voltar do Brasil no início do próximo ano, eu me mude pra Bolzano. Vou pensar nestes três dias de viagem como um test drive do local. Vediamo!
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E quem tiver curiosidade para saber o que me espera, deixo o link da comune. Basta clicar AQUI. Quando abrir a página, no lado esquerdo clique nas opções de Cosa Vedere.
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Ciao a tutti!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Viajo, logo existo!

O que faz uma pessoa deixar tudo pra trás para ver o mundo com os próprios olhos?
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No meu caso foi a angústia que sentia de estar perdendo algo lá fora enquanto eu estava apenas lendo, vendou ou escutando relatos sobre países, culturas, pessoas, história e acontecimentos deste planeta chamado Terra.
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Confesso que do dia que pedi demissão até a data que embarquei para a Itália tive muito medo pois estava saindo da minha zona de conforto, do universo que eu conhecia e sabia as regras para um outro que era completamente desconhecido mas que era aonde queria estar. Pensava se eu daria conta de realizar aquele sonho cigano de andar de país em país e "absorver" o lugar.
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De quando cheguei na Bota fui, até agora, a Paris. Numa viagem bem turistica, e altamente introspecta, tive o gosto do provar coisas novas. Por determinados motivos ainda não fiz todas as viagens que quero pelo mundo mas viajo muito dentro do país. E, aqui, eu tenho aprendido muito e absorvido uma cultura nova. Não apenas italiana mas também de outros imigrantes.
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Fora este contato direto, ainda continuo alimentando este leão que existe dentro de mim que urge para ver com os próprios olhos tudo aquilo que ouço e leio. O mundo virtual ajuda muito. E assim eu tenho descobertos novos blogs que aguçam a minha curiosidade. Assim, vou fazer uma apresentação dos recém chegados na minha lista de acompanhamento e aponto o diferencial de cada um para mim. (clic no link)
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Fatos e fotos de viagens, escrito por Arnaldo Interata, oferece uma descrição lírica de cada viagem que faz ao lado da esposa. O texto é primoroso e a fotografia um verdadeiro manjar para os olhos. Daria um premio National Geographic para ele.
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Viajar pelo mundo, é o relato de uma família sobre os lugares que passam. Pai, mãe e filho adolescente contando sua versão dos fatos. Uma das coisas que mais gostei foi o fato que sempre desejei formar uma família assim. Lendo me parece que "quem sabe, por que não?" isso pode acontecer ainda!
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Viajar com gosto, uma apaixonada por cozinha dá a volta ao mundo narrando as descobertas no ponto de vista culinário. Como para mim conhecer uma cultura precisa, obrigatoriamente, conhecer a comida, tenho lido o blog com a boca cheia dagua.
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Viaggio Mondo, o site é da Fê Costta que mora em Dubai e resolveu fazer da sala de embarque a sua sala de estar. Casada, formada em Turismo, ela vai nos lugares mais incríveis deste mundo. O que antes era um hobby, virou uma maneira de viver. A última viagem, que está no site, é no Libano. Em resumo, quando crescer quero ser como você Fernanda!
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Para finalizar: parece que viajar acompanhado é melhor que sozinho. Todos sites e blogs sitados são de pessoas que viajam com esposos(as)! E o que é aquilo do Arnaldo referir-se à sua esposa como "a minha doce Emilia?". Eu também quero! Pronto, falei.
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E você tem algum outro blog ou site para me indicar?

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Paris é assim para mim(2)



Ainda estou em clima de nostalgia de Paris. Consigo ouvir o som melodioso do acordeon que era tocado dentro do metro; do som do francês falando “bonjour madame!”; do gosto bom da comida. Eu quero voltar! Preciso de mais.
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Depois do “diário de bordo” posso deixar algumas das minhas impressões sobre a viagem a começar pelo “pé na jaca” que contei. Eu comprei um Nokia 5230, com GPS, justamente para evitar o ocorrido. Qual não foi a minha surpresa ao chegar lá e ver que não funcionava na França. Não sei qual o motivo mas na Itália funciona bem. E para quem fez, mentalmente, a pergunta se eu carreguei o mapa para o cel., digo que sim caro mio!
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O frio foi o meu maior inimigo. Sério. Mesmo acostumada com baixas temperaturas não contava com o vento que fazia piorar ainda mais a situação. Andar a pé foi complicado. Senti a face congelar e tive dificuldades de conversar com um casal paulista que conheci na Torre Eiffel. Chegando em casa percebi o estrago que havia acontecido na minha pele.
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Já disse anteriormente mas tenho que repetir: os franceses usam pouco a buzina. Mesmo em um congestionamento não se ouve tanto barulho como somos acostumados no Brasil. Questão de educação no transito ou inteligência, pois sabem que apertar a buzina não vai fazer os demais carros desaparecerem como por um passe de mágica? Como exemplo vivi algo para confirmar o que digo. Enquanto tentava bravamente me encontrar pelo mapa fiquei parada no meio da rua que mais parecia uma calçada. Quando me dei conta havia um carro parado esperando que eu saisse. E o motorista buzinou para que eu me tocasse? Não.
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Como meu planejamento de ir a certos pontos foi pro brejo, inclusive restaurantes, coloquei na cabeça que a comida tinha que me surpreender em qualquer lugar que eu entrasse. Mamma mia, consegui! Perto do albergue que fiquei, bem na saída do metrô de St. Paul, tinha uma pasticceria que me deixou louca. Agora eu abro um espaço para dramatizar um pouco, ok? Após a primeira mordida num macarron eu fui ao céu e voltei (tinham outros para provar ainda..rs). Alguém me explica o que era aqui? Comprei os sabores baunilha, pistachio,café, chocolate e framboesa. Gostei mais dos dois primeiros. Também comi o melhor brownie da minha vida. E os muffins? Alguém me acode! E as tortas? E o creme quente ao rum?
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Já falei dos vinhos? Ahhhh, deixa eu voltar, s'il vous plaît? Para esquentar o sangue, enquanto caminhava a ermo, comprava o quente que é uma delicia. No restaurante eu escolhi um vinho vermelho, que não lembro o nome, mas que não dava para sentir o teor alcoólico. Apesar de ser bom, errei no tipo pois era para acompanhar um salmão que pedi. O prato estava uma delícia. Vinha com vagens cozidas no azeite. O “caldinho” do limão escorrendo no prato e se misturando à comida deu um “tcham” inesperado.
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Algo que eu queria comer era queijo (sou mineira e não nego a raça) e escolhi um mix de formaggio para provar. Alguns são muito fortes. Tem que ser francês mesmo para comer com naturalidade.
Teria que ficar uma semana lá, e com muito dinheiro, para comer tudo o que queria e não foi possível. Fica pra próxima o scargot e Cia! Ah, e detestei o crepe. Sei lá, acho que não dei sorte. Nos dois lugares que comprei a massa era sem gosto.
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Fazendo comparações:
O café francês é horrível, uma água suja como dizem os mineiros, em confronto ao café italiano, que é forte e marcante. Fora que é caro demais, 4,50€;
O brasileiro deve gostar mais do cappuccino feito na França pois leva chantilly;
Para o paladar brasileiro os doces franceses são melhores que os italianos. Mesmo já adaptada ao paladar daqui não gosto dos doces produzidos na “Bota”. A maioria é do tipo biscoitos. Na França tem mais açúcar.
Os italianos são mais bonitos e elegantes que os franceses. Surpreendi-me com as francesas neste quesito. Não são tão produzidas como as italianas.
Paris é uma metrópole turística, ou seja, limpa no centro e um pouco suja na região de entorno. Bem diferente da provinciana Treviso que é limpíssima.
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E sobre encontros e despedidas em Paris eu conto no próximo post, ok?
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Au revoir! (;p)

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Paris é assim para mim

Atenção: Post bastante grande, quase "diário de bordo". Senta que lá vem história!
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Ricardo Freire diz que viaja para ver se encontra uma cidade mais encantadora que o Rio de Janeiro (veja o vídeo). Já a Flávia Mariano (veja o vídeo) viaja porque o mundo é a sua casa. Eu viajo para me colocar em confronto, para sair dos meus paradigmas, para ser contestada, para mudar pois sei que com esta mudança estou me transformando em uma pessoa melhor. E Paris fez um pouco de tudo isso comigo! Esta viagem me fez ultrapassar alguns obstáculos como o medo de ir a um lugar sem o conhecimento da língua, algo muito comum a tantas pessoas.
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O vôo saiu de Treviso à Beauvais. Aliás, a viagem já demonstrava que seria boa com um belo italiano lançando algumas olhadas muito interessantes (Como desejei que o assunto desenrolasse e ele me convidasse para fazermos a viagem juntos!). Chegando à pequena cidade francesa foi preciso fazer o percurso de 1h30, de ônibus, até Paris. Fazia um frio terrível. No caminho conheci uma garota italiana que acabamos trocando cel. e ID no Facebook. Pela janela percebia que tinha nevado no lugar. O percurso é um pouco longo e, de cara, conheci o congestionamento parisiense. Ao atravessar uma das tantas pontes da cidade vi a Torre Eiffel toda iluminada servindo como um farol para os viajantes.
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Na estação de ônibus resolvi o meu primeiro obstáculo. Como usar o sistema de Metrô e chegar ao meu albergue? As irmãs da italianinha me ajudaram e parei no Metrô St. Paul, no Marais. O albergue MIJE (o melhor que já fiquei e recomendo veemente) fica perto mas meu sistema de orientamento é péssimo (conto mais a frente), quem me conhece sabe do que estou falando, mas foi preciso pegar um taxi para chegar ao local. Claro que como turista fui explorada pelo taxista. Ele simplesmente ativou o navegador depois que viramos a esquina de onde estávamos e assim fizemos um percurso mais longo e ele ganhou um dinheiro fácil. A inicio ele deu a entender que não sabia onde era a rua, no outro dia eu descobri que era no quarteirão de trás!
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Costumo dizer que viajo sozinha mas, na verdade, meus amigos estão sempre comigo. E foi assim na hora de fazer o check in. Para conversar com o atendente liguei para a minha amiga Debby (grazie mille amica) que resolveu tudo para mim. Aliás, ela ligava varias vezes no dia para saber se eu estava bem! O quarto, para oito pessoas, tinha duas coreanas, uma italiana e duas francesas. E foi assim que somente com italiano e português eu conheci pessoas de outras nacionalidades que foram super gentis comigo.
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Primeiro dia. Resolvi seguir o roteiro sugerido pela Adriana. Comecei pela Place des Vorges que é uma praça linda, cheia de árvores, monumento e chafariz, rodeada por casas que foi um palacete real. Segui até a Bastilha e me decepcionei em ver que era apenas uma coluna com uma estátua dourada no topo e que fica bem no centro de uma rotatória. A partir daqui pisei na jaca. Lembra o meu péssimo orientamento? Com mapa e com indicação do bombeiro eu consegui me perder e não saber onde estava. Eu olhava o mapa e pensava “mas eu estou andando por aqui então pq não vejo esta rua?”. Simplesmente porque eu estava retornando o caminho porem pela rua de trás! Resolvi relaxar e ir tirando fotos dos lugares que ia passando. Afinal o bom de se perder é que você para em lugares que não havia planejado.
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E foi assim que no meio do caminho surgiu Nostre-Dame. Impossível não reconhecê-la. Cenográfica e impactante. Bela e gótica. Trágica. Antes de entrar parei em uma das barraquinhas para um almoço bem frances: panini e vinho quente. Fiquei admirando a catedral enquanto lembrava da história de amor de “O corcunda de Nostre-Dame”. Acredito realmente que seria difícil uma história ter final feliz com aquele cenário embora seja lindo. Por dentro impressiona ainda mais. Era hora de missa e eu parei para ouvir o canto entoado por um dos sacerdotes. A música e toda aquela arquitetura deixavam o ambiente ainda mais envolvente. Tirei algumas fotos e de souvenir trouxe uma moeda fusa com a imagem da catedral. A entrada é gratuita mas para subir na cúpula é preciso pagar e entrar na fila. Como fazia um frio terrível e ventava, descartei a idéia.
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Segui em direção da capela Saint-Chapelle que fica na mesma ilha e no quarteirão da frente. Outra fila mas desta vez para passar pelo detector de metais. Pensei em desistir pois o vento estava maltratando mas se fizesse isso não entraria em lugar nenhum então, quem está na chuva é para se molhar, certo? Na bilheteria comprei o Museum Pass Parigi.
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A capela foi construída pelo rei Luís IX como um relicário para abrigar a Coroa de Espinhos que ele havia ganhado do imperador de Constantinopla, Baldovino II. Na realidade foi uma decisão política para se manter no poder em uma época em que os soberanos reinavam por direito divino. Hoje a coroa faz parte das relíquias de Nostre-Dame mas ir até a capela você se sente dentro de um porta-jóias com seus enormes vitrais ricamente trabalhados e os lampadários.
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E foi caminhando despretensiosamente que me encontrei em frente ao Hotel de Ville que é a prefeitura. Uma construção linda bem protótipo do que se imagina a França: telhados azuis, paredes brancas, estátuas rebuscadas na frente. Um verdadeiro palácio.
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Perdi muito tempo andando ao ermo e, como já estava escurecendo, resolvi ver a Torre Eiffel de noite. Segui pela Champs-Elysees admirando a iluminação de natal por toda a avenida. O congestionamento era incrível mas me impressionou o fato de não ouvir tantas buzinas. Alias, percebi que o francês faz pouco uso da bendita, somente o necessário. Pelo mapa sabia que passava em frente de um monumento e outro e ia registrando na mente em quais eu deveria voltar. Quando cheguei à Torre senti aquela coisa boa e meu subconsciente me dizia: ninguém esta te contando como é, você está aqui vendo! A satisfação nesta hora não se pode traduzir em palavras. É preciso viver tudo isso para entender o que falo.
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Na volta ao albergue encontrei um francês muito simpático que me ensinou como usar o metrô, a fazer a troca de estação. Foi comigo até o meu destino. Ele se desdobrava no inglês e no espanhol para que eu pudesse entender tudo. No final ele queria saber se ficaria mais dias pois havia gostado de mim. Dei uma boa desculpa para contornar a situação pois esta viagem era necessária ser feita apenas comigo mesma. Havia se transformado em uma terapia. Entre fotos minhas e do pandinha, pude refletir sobre questões pessoais e ia me sentido mais leve, aliviada.
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Segundo dia. Acordei cedo para aproveitar melhor o dia e o destino foi o Museu do Louvre onde fiquei por toda a manhã. O metrô pára em uma das galerias subterrâneas e ao entrar realmente no museu você dá de cara com a pirâmide invertida que tem na recepção. O lugar é enorme e precisa ter definido o que deseja ali dentro. Ou vê tudo, e vai ser necessário mais de um dia, ou escolhe as seções conforme o gosto. Claro que onde está a Monalisa é cheio de pessoas. Porém, apesar de entender todo o valor da obra, existem tantas outras coisas mais bonitas para serem vistas. Por todo o museu existem placas dizendo que não se pode usar o flash. Tempos atrás haviam tentado impedir os visitantes de fotografarem mas a missão é impossível. Quer ver um asiático ter uma crise nervosa? Tire a câmera fotográfica de suas mãos ou a deixe sem funcionar. Por fora do Louvre fiquei admirando a arquitetura. Muita beleza para meus olhos. Também foi onde tirei uma das fotos que mais gostei nesta viagem.
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Hora de conhecer o Ópera Garnier. Imperdível o lugar com sua beleza incontestável. Infelizmente não vi o palco, a parte da apresentação, pois acontecia um ensaio para uma peça. Ali perto estava a Galeria Lafayette onde acontecem os lançamentos mais importantes de moda luxo e tem as mais importantes lojas do mundo. Fui até a entrada e voltei. Sinceramente, mesmo sabendo que é bonita, que é luxo etc., eu não ia perder tempo num shopping center (que é o que é!) enquanto eu tinha a Cidade Luz me esperando. Assim como ninguém vai ao Rio de Janeiro para conhecer um dos modernos shoppings eu não fui a Paris para isso.
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Próxima parada Museu dos Inválidos (ou Museu Militar). No mesmo lugar tem a cripta onde estão depositadas as cinzas de Napoleão Bonaparte. Como o lugar é muito grande eu fui olhando a ala que direcionava a seção onde veria o santuário construído para o Imperador. De lá, corri para ver a Torre durante o dia. O passeio pela região foi maravilhoso. Olhar os cafés franceses, as barracas de frutas nas esquinas, as crianças retornando da escola me fazia andar com um sorriso nos lábios. Bom demais viver tudo isso. As fontes, os monumentos espalhados em cada ângulo da cidade faziam meus olhos brilharem.
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Andei em direção ao Arco do Triunfo aonde subi os degraus para ver a Champs-Elysees de noite. Acho que teria valido mais a pena se fosse de dia. Depois, resolvi terminar a noite andando pela avenida contemplando as elegantes vitrines e, mais a frente, as barraquinhas de natal. Ali, pausa para outro vinho quente e comer algo para matar a fome.
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Com 12h de passeio era o momento de voltar ao albergue. Os pés me pediam para sair de cima deles. As coreanas ficaram penalizadas com meu estado e me deram pomadinha para passar nos calos. Banho, cama, sono. Seria perfeito se uma das francesas não tivesse me acordado de noite pensando que era eu a que roncava. O susto que levei em acordar sendo sacudida e sem entender nada. A italiana que me explicou o que acontecia. E o pior é que quem roncava era a outra francesa, pode?
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Terceiro dia. Pouco tempo para fazer o que queria mas segui em direção oposta a tudo e fui a Igreja di Sacro-Cuore de Jésus. Outra preciosidade. Bem no alto é possível ter uma boa visão da cidade. Lembrava um filme antigo. Como fazia muito frio, vi Paris pelos telhados, com suas chaminés saindo fumo, aquela névoa encobrindo as ruas. Ali perto estava o Moulin Rouge mas não fui vê-lo. Preferi voltar para andar pelo bairro onde tinha me hospedado e comer num restaurante. Ah, claro, enquanto isso eu ia parando nas pasticcerie para comer os divinos doces franceses. A comida vai receber um post a parte.
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E assim terminei a minha viagem à Paris. Haverá outros posts sobre o assunto pois tem muita coisa para dizer. Aguardem.
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Ah, lembram do italino no embarque? O encontrei novamente, no retorno. Desta trocamos não apenas olhares mas até um bate-papo engraçado. Ah se dou sorte de encontra-lo em Treviso.
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Segue o link do álbum de fotos.
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Au revoir!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Missão: Paris

Vou à Paris. Depois de várias tentativas frustantes de conhecer outros países da Europa chegou a hora de fazer o meu debut. A Cidade Luz será o meu destino neste próximo final de semana. A viagem tinha sido planejada para o fim de janeiro, mas por alguns contratempos precisei antecipa-la para novembro. O resultado é que de certo eu tenho apenas as passagens compradas. Todo o meu planejamento foi mudado. E tudo isso me cria uma tensão grande. Estarei em Paris por três dias sem companhia, sem falar francês nem inglês. Porém sinto que vai ser um divisor de águas para mim. Dos limões se faz uma bela limonada, certo? Eu faço caipirinha! Nada de reclamar por ser diferente do que planejava. Tenho certeza que vou curtir muito. Aguardem fotos (por falar nisso vou fazer um site somente com este propósito). Na mala estou levando a disposição, a coragem e o Pandinha. No mais, tenho em Deus que meu talento para curtir uma viagem vai fazer que esta esperiência seja um marco para mim.
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Meus roteiros tem a precisão de um planejamento japonês. São detalhados e organizados. Chegando no local eu me deixo levar. Não fico presa a nada. Gosto de caminhar pelas ruas, entrar nos cafés, ver as pessoas passando. Para mim, o bom planejamento funciona para isso, para eu saber onde posso ir, o que fazer (ou não) e me livrar de certas furadas. Por exemplo, eu não vou a Paris para ver um monte de japonês com suas maquinas fotograficas o tempo todo, certo? Então eu tenho que ir a lugares não tão turísico mas incrivelmente fascinantes. Claro, sem deixar para trás os cartões postais. Por isso eu pesquiso muito na net, principalmente em blogs, e vou anotando os restaurantes que quero ir, onde comprar bilhetes para não ficar na fila, museus, espetáculos, qual o melhor panorama de uma cidade, qual igreja é a mais interessante, particularidades de certos locais. Foi assim que descobri os greeters que são voluntários dispostos a mostrar sua cidade natal para turistas estrangeiros. Além de apresentar os pontos turísticos às pessoas, os greeters ainda compartilham informação, experiências e dão dicas práticas para que o turista possa se virar bem na cidade. Por ser um serviço voluntário, tudo isso sai de graça para o turista. A dica veio pelo blog Viver Paris.
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Outro blog que tem sido fonte de inspiração é o Conexão Paris. De eu pensei em ficar no hotel Taylor Paris que, segundo as indicações de quem seguiu a sugestão, é muito bom, muito bonito e por um preço maravilhoso. Porém, com a alteração da data de minha viagem, planejo ficar no albergue da juventude, MIJE (não ria!), que está localizado no mesmo bairro do hotel, Le Marais. Detalhe: eu quero ficar neste bairro! Eu me encantei com a descrição do lugar por ser frequentado por franceses. Ali tem os melhores restaurantes, pasticcieria, lojinhas e até mercadinho, além de uma história rica, arquitetura imponente e está pertissimo do centro.
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Para fazer esta viagem, sozinha, comprei o guia da National Geographic (amodevivertudoqueéNG) e outro guia de como falar em francês. Claro que não vou aprender nada em uma semana, mas vou poder mostrar a pergunta para o garçon, vendedor ou "mocinha" com quem eu estiver falando. Pergunta de 1 milhão de dolares: como entender a resposta se não conhece a língua? Deixa baixo (rs). Fora isso, ainda hoje (logo que terminar de blogar) vou compar um celular com GPS e, fazendo como os turistas em Venezia, vou seguindo o navegador até o endereço que quero. Nada de ficar perdido se podemos usar estes mapinhas tecnologicos, certo?
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Para finalizar ainda tenho que decidir qual museu entrar, qual jardim ir, qual espetáculo assistir. Além de decidir quais restaurantes e o que não posso deixar de comer e beber por . Diante das minhas ansiedades aqueles que estão a minha volta dizem: fica agitada não, vai ver que ainda vai conhecer um francês bonito e sedutor por que vai se apaixonar por você. E eu penso: alguém me belisque... mas AMÉM! (rs)
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Càspita, ainda tenho muita coisa para resolver em menos de uma semana. Diante disto dou um belo sorriso ao lembrar do comentário de uma amiga que está no Brasil: "Queria eu ter este problema". Ohhh vida chata, viu!
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Baci a tutti!