terça-feira, 28 de abril de 2009

Teste - Qual livro vc seria?

Uma coisa que eu amo nos blogs são os caminhos que nos fazem chegar até outros que não conhecemos. Um comenta noutro, que você vê, clica e descobre uma casa nova. E foi neste caminho que achei este teste muito interessante: se fosse um livro, qual seria? Com certeza eu seria este aqui.
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"Antologia poética", de Carlos Drummond de Andrade."O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
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'Antologia poética' (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preciso ser duro para entender as sutilezas do cotidiano."
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Eu sou amante dos livros, da boa escrita, do assunto que envolve e me faz pensar ou apenas sentir. Uma boa leitura, assim como a boa música, me faz entrar em um mundo particular, somente meu. Ainda não li Antologia Poética mas quero ler assim como quero ler tantos outros. E isso me faz refletir como, em outro país, eu tenho valorizado tanto a nossa cultura. E foi justamente na Europa, no berço cultural renascentista, que eu me dei conta da preciosidade de nossos escritores, poetas, cantores e artistas. Pode ser saudades de casa mas sei também que é o meu orgulho brasileiro por ter algo tão preciso vindos da terra que tem palmeiras onde canta o sabiá.
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Neste exato momento ouvindo Inverno, na voz de Adriana Calcanhoto.

sábado, 25 de abril de 2009

Uma vida em um ano

Antes de tudo, desculpem pela falta de post. Estou sem net. Postar è quase um martírio. E, desta vez, num teclado totalmente europeu. Sem acento.

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Dia 12 de Abril completei um ano no exterior. Nestes 365 dias vivi uma vida inteira. Deixei para trás uma coisa certa para vir atrás de algo novo. E, dia após dia eu descubro algo novo em mim e no mundo a minha volta. Durante anos eu sonhei com este momento. Como seria falar uma outra língua, comer de outra forma, conhecer pessoas diferentes de mim? Visualizei conquistas, sonhos, realizações. Aprendi a superar a solidão, a conviver com a "frieza" europeia, com hábitos que me assustam. Comecei a achar belo até o que antes era feio. Vejo que os meus gostos e pensamentos estão mudando. Justamente num país onde as amizades são difíceis de serem feitas eu tenho aprendido sobre o sentido mais profundo deste sentimento. Nunca imaginei que habitando em um país eu conheceria tantas culturas. Sim, pq aqui tem muitos imigrantes e acabo conhecendo costumes de todos cantos do mundo.

Me recordo que logo que cheguei, ao falar com meu pai pelo tel, ele me disse que não ouvia minha voz assim feliz havia tanto tempo. Era verdade e ainda è. O sentimento de satisfação realização não passou. Não vivo num mundo faz de conta. No país das maravilhas. Vivo perrengues chatos, vontade de fazer outras coisas, de mudar de trabalho, preocupação com o renovo do meu permesso mas tudo isso passa quando olho em volta e vejo que estou onde sempre desejei estar. Ai volto a fazer novos planos e me imagino fazendo o meu master, vivendo um tempo em Londres, dando a volta no mundo, comendo com os beduínos, dançando com os africanos. Nestes momentos volto a pensar no Brasil e não consigo apontar mais como minha casa. Sim, ainda é e sempre será meu referencial mas a minha casa se tornou o mundo. Descobri que sou muito adaptável ao meio. Vivo a fase camaleoa. Opure, me sinto uma criança que aprende tudo. Como disse a Adriana me sinto uma esponja!


sábado, 4 de abril de 2009

Porque é bom ter você como irmão!

Minha mãe conta que ele não me queria. Na verdade, ele não queria uma menina porque não seria seu companheiro para jogar bola. Com uma semana eu o conquistei. Ele não resistiu àquela coisinha branca que piscava os olhos pra vê-lo e esticava as mãozinhas para agarrá-lo. E assim eu fiquei. Nas minhas primeiras palavras seu nome era quase grego e, assim, o que pronunciei ficou sendo até hoje.

Ele era o mais bonito entre os meninos e todas a minha amiguinhas queriam namorá-lo. A marca que tenho na testa é o que sobrou da nossa brincadeira de Davi e Golias. Não sei porque mas ele, que era maior, foi o Davi. Nós éramos como cão e gato. Quando nossos pais precisavam nos deixar sozinhos em casa, quase nos suplicavam para não brigarmos. Ele me chamava de gorda mal sabendo que, um dia, o feitiço ia virar contra o feiticeiro. E a bela da história seria eu .. rs.

Todo o talento para a música que havia no ventre materno foi levado por ele que nasceu primeiro. Aprendeu a tocar violão com 8 anos. Dedilhava como poucos. Anos depois, aprendeu a tocar bateria e já era um ótima guitarrista. Contra-baixo e teclado não o faziam medo. E foi com ele que aprendi ouvir o instrumental de uma música. Ele era o inteligente, eu a esforçada. As professoras não entendiam como aquele menino conversava tanto na sala de aula e ainda sabia todas as respostas. Não me lembro de tê-lo visto estudando em toda a vida. Também amava uma "pelada". Sumia de casa, quase matava minha mãe de preocupação, só para jogar com os amigos. E fazia questão de não avisar onde era o campinho para não ser retirado na marra pelos nossos pais.

Depois nos descobrimos e tornamos grandes amigos. Andávamos de mãos dadas. Alguns pensavam que éramos namorados. E ele continuava lindo. Divertido, sempre com uma tirada para fazer alguém rir. Quando tinha que fazer alguma viagem rápida do trabalho, me ligava dizendo que ia me pegar para ir com ele. Era o único que me deixava colocar os pés nos vidros dianteiro do carro. Nesta época, aprendi com ele a admirar a beleza de uma mulher. Todas que ele achava bonita, principalmente as loiras, fazia questão de me mostrar e fazer comentários. Semanas antes de casar, me disse que o seu desejo era casar com uma mulher como eu. Com as mesmas qualidades e características que ele tanto admirava. Até hoje foi a mais bela declaração de amor que ouvi.

Ele é teimoso mas reconhece que tenho razão. Ao contrário de mim, sempre conseguiu as coisas com nossos pais sem precisar brigar. É o queridinho da mamãe. No período mais difícil que passou, eu tive raiva dele. Ele não sabe, mas o que ele diz tem grande importância para mim. Não suporta ver um ex-namorado meu pelo mal que me fez. Não acredita em mim atrás do volante mas tem o maior orgulho das minhas conquistas. Ele sabe que pode contar comigo, e eu com ele. Pode morrer de raiva, mas faz o que eu peço. Ele é flamenguista. Não conheço alguém que não o ache o maior barato. Têm o dom de fazer amizade e conquistar as pessoas. E se quero ter muitos filhos é porque quero que estes tenham a oportunidade de viver o que vivi com ele e saber como é bom ter irmão.

E hoje, ele, o Edi, meu irmão, faz aniversário. É o primeiro em que estaremos longe mas meus pensamentos são todos para ele. São 36 anos conosco e, dos quais, eu tenho muito orgulho. Parabéns pela pessoa que você é. Te amo.


PS.: inspirado num post similar ao da Ticcia.