Foi na noite do dia cinco de agosto do ano passado. Estava inquieta e com uma angústia dentro de mim. Dormir seria difícil. Então vieram as lágrimas, depois o sono e com ele o sonho. Estava no quarto de um hospital. Os raios do sol entravam pelas grandes janelas e tornavam ainda mais claros os lençóis e paredes do lugar. Estava ansiosa com a expectativa de alguém que iria chegar. Veio à enfermeira empurrando um carrinho com um cesto de acrílico. De dentro tirou um pacotinho e entregou nas minhas mãos. Era o meu primeiro momento com a minha filha após o parto. Ela era grande como um bebê de seis meses e não lembrava uma recém nascida. Não a depositei nos meus braços como seria o normal. Segurei-a por debaixo dos bracinhos e a levantei no alto. O seu tamanho foi a primeira coisa que me chamou a atenção. Depois os cabelos que eram muitos a ponto de imaginá-la de “Maria Chiquinha”. Eram cheios de cachinhos no tom castanho escuro. A quantidade me impressionou tanto que pensava “como vou cuidar dos cabelos desta menina?”. Então a abracei e conheci a sensação de ter o mundo nos braços. Observei o contraste da cor do cabelo com a pele branca. A tez clara me lembrou um copo de leite. As sobrancelhas bem feitas não deixavam dúvida de quem era filha. E olhei para os seus olhos e o azul de um céu de uma manhã de primavera olhou para mim. Observei o pequeno nariz e a boca cor de rosa no formato coração. E a minha filha riu para mim. Acordei em paz. Ao abrir os olhos o primeiro pensamento foi “será que foi parto normal?” imaginando o sofrimento que devo ter passado para dar a luz. Naquele final de semana particularmente difícil e triste para mim contei o sonho para minha mãe que me disse “fique tranqüila pois um dia você ainda terá a sua filha”.
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Filhos sempre fizeram parte da minha lista de sonhos e planos. Mas tê-los não depende somente de mim. E o que depende estou fazendo para haver-los. Amanhã estarei me submetendo a um processo cirúrgico para que quando chegar o momento eu possa ter esta Ana Paula Arósio em forma de bebê nos braços. Não sei quando isso irá acontecer mas estou cuidando hoje deste projeto. Então torçam por mim, ok? Quando eu voltar falarei um pouco sobre o sistema público de saúde na Itália.
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Ciao a tutti!
2 comentários:
Oi Claudia.
Espero que tudo corra bem.
Tenho certeza de que você vai ter o seu bebê nos braços. Tudo vem no seu tempo.
Muita luz.
Bjs.
Elvira
Que tudo de certo e que em breve vc nos de essa boa noticia! =)
xoxo
Cristina
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