segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Ferrara, Città del Rinascimento - I

Domingo coloquei o pé na estrada para fazer uma das coisas que mais gosto, viagem bate-volta. Desta vez a escolhida foi Ferrara que da tanto já tinha vontade de conhecer. Sempre que passava de trem pela cidade a sua cor de tijolinho me despertava a atenção. Procurei mais informações sobre o lugar e os muitos adjetivos para a culinária local me convenceram a partir, leia-se pecado da gula. Reconhecida pela UNESCO, em 1995, como “Cidade do Renascimento”, Ferrara é uma daquelas surpresas italianas que infelizmente passam despercebidos aos olhos dos turistas menos atentos. Localizada na região da Emilia Romagna, somente 1h30 de distância partindo de Venezia, possui um centro histórico renascentista intacto onde é possível notar os primeiros projetos de planejamento urbano daquele período e que influenciaram os séculos seguintes. Soma-se a isso, além da culinária maravilhosa, italianos sempre sorridentes. Pronto, me senti como se estivesse em Minas Gerais, passeando por aquelas cidades esquecidas pelo mundo, tranqüilas e com aroma da cozinha saindo pelas janelas! Por onde passava eu pensava, lamentosamente: Ah eu com uma Nikon D90! (*).

Os primeiros registros da cidade são do sec. VII d.C., e vários príncipes governaram a região que foi uma das mais influentes e ricas da Itália. A mais importante de todas foi a dinastia d’Este que deixou forte legado com os seus castelos e fortes. A família subiu ao poder no final do sec. XIII até XVI quando foi obrigada pelo Papa a se transferir para Modena.

O Castelo Estense è o principal cartão postal da cidade. Construído por Niccolò II d’Este, após uma revolta popular, que entendeu ser necessário erguer uma fortaleza para proteger sua família. A construção é tudo o que eu tinha no meu imaginário sobre um castelo medieval (*): ponte movediça, foço, prisão e sala de tortura, cozinha com vários fornos, passagem secreta subterrânea para o edifício militar (hoje, Palácio Municipal) etc. Séculos mais tarde o castelo se transforma em residência da corte e, no Renascimento, transforma-se em um espaço luxuoso com as obras de vários pintores e artistas. Quem escolhe visitar o interior não corre o risco de sair com um torcicolo já que a administração disponibilizou grandes espelhos no chão que refletem pinturas do teto. Bela idéia!


Espelhos para ver as pinturas do teto!

Saí de lá para conhecer o Palácio dos Diamantes que fica alguns metros dali, mas no sentindo oposto que eu faria mais tarde. Projetado por Biagio Rossetti, o edifício recebe este nome devido os 8.500 blocos de mármore branco e rosa como se fossem pontas dos ângulos de diamantes. Hoje é um museu de arte moderna além de manter mostra contínua de obras de principais artistas renascentistas. Não entrei no palácio mas dava para ver que se preparavam para a próxima mostra A Paris de Modigliani, Picasso e Dalí, que começa no dia 11 de setembro.



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